Para estarem aqui, os agricultores se preparam o ano todo. Eles precisam comprovar que pertencem à agricultura familiar, com declaração de adesão ao Pronaf, e atender à legislação vigente.
O pavilhão foi um dos mais visitados, com 150 expositores, sendo 75% produtores agroindustriais e 25% de artesanato, plantas e flores. O município de Pinto Bandeira, na Serra Gaúcha, compareceu pela primeira vez. Cirley Lorenzatti trouxe os produtos coloniais da região, todos produzidos pela família, e ficiu contente com o resultado.
– Estou com uma impressão maravilhosa, a organização é fantástica, tudo é limpo – afirma a agricultora.
– A Expodireto vem aumentando a venda a cada ano. Neste ano, então, estourou, vendemos muito bem – disse Solange Auler Bini, produtora de Não-Me-Toque que vendeu mais de 800 quilos de embutidos.
Outra banca muito frequentada foi a da cachaça. Em um estande, mais de 1 mil garrafas foram vendidas.
– A feira superou a expectativa porque o número dobrou em relação ao ano passado – comemora Gilberto Possami, de Selbach.
Segundo os expositores, entre os desafios para a próxima edição, estão a telefonia e a rede de internet são os mais citados.
– Muita gente ainda tinha dinheiro, mas bastante gente deixou de comprar. Teríamos vendido uns 10% a mais – destaca Solange Bini.
– Com certeza é uma reivindicação que vamos levar para a Expodireto do próximo ano – ressalta o assessor de Políticas Agrícolas da Fetag-RS, Jocimar Rabaioli.
Segundo ele, o setor contou com melhorias na infraestrutura dos pavilhões.
Os pavilhões de máquinas e implementos agrícolas trouxeram lançamentos nacionais e foi um dos que recebeu mais visitantes. A feira internacional também contou com fóruns, debates e recebeu a visita de autoridades ligadas ao segmento do agronegócio.
Satisfeito com os resultados de mais uma edição de sucesso, o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, elencou os melhores momentos da feira.
– Acredito que a agricultura familiar, a renovação da filantropia da Emater, os lançamentos, o anúncio do PIB. O mais importante é a satisfação dos expositores e visitantes, a possibilidade de aumento de renda nas propriedades.
Audiência do Senado
Um dos eventos mais importantes do último dia da Expodireto foi a audiência pública da Comissão de Agricultura do Senado, que abordou o futuro da assistência técnica e da extensão rural no país. A senadora Ana Amélia Lemos dirigiu a reunião, e defendeu a disseminação do conhecimento aos pequenos e médios produtores rurais.
– Os grandes produtores sempre têm seus próprios centros de pesquisa, mas o médio e o pequeno não têm, é preciso que o poder público os ajude. Nós precisamos resolver definitivamente esse problema. Você faz pesquisas e investimentos na Embrapa e não tem como disseminar esse conhecimento para o campo.
A senadora ressaltou a importância do setor para a balança comercial do país.
– Felizmente, estamos vivendo um momento de uma euforia contida e essa é a atitude mais correta do agricultor profissional. A agricultura é o motor do Estado e do Brasil. Se você olhar a balança comercial, tudo sai da agricultura, o etanol, a soja, o tabaco. Precisamos tratar esse setor como ele merece, e o grande dilema continua sendo a logística.
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