Sentado em uma cadeira em meio a esculturas rústicas de madeira, roupas estampadas e muito coloridas, está um homem alto, de sorriso fácil e de ainda mais fácil comunicação. É o artesão senegalês N’diaga Faye, atualmente morador de Cascavel (PR), que deixou há quatro anos a cidade de Mbour, região litorânea do Senegal, em busca do sonho de uma vida nova em uma cultura diferente da sua. Escolheu o Brasil e, falando português com sotaque afrancesado, diz não se arrepender da escolha.
– Queria ter experiência e isso não se aprende na escola – justifica Faye sobre a saída de sua cidade natal.
Questionado sobre quais são as diferenças entre Brasil e Senegal, ele não há dúvidas.
– Há diferenças na cultura e na educação. Lá, se você pede para um filho seu para fazer algo ele faz. Aqui, já vi crianças que discutem com os pais. Ainda não me acostumei com isso.
É o primeiro ano do senegalês na Expointer, que importa esculturas feitas pela irmã. Sobre a feira, ele diz que é uma ótima oportunidade de conhecer pessoas. O comerciante afirma ter gostado da receptividade dos visitantes e diz que espera fazer boas vendas até o fim da Expointer.
A boa impressão sobre a feira não é só do africano. A artesã Mônica Zanolli, que veio expor seu trabalho pela primeira vez juntamente com outros sete artesãos uruguaios, diz que, mesmo com a chuva nos primeiros dias, o público foi bom. Natural de Montevidéu, a artesã conta quais foram os critérios do Ministério da Indústria e das Relações Internacionais do Uruguai para escolher os profissionais presentes no espaço destinado ao país.
– A qualidade do trabalho, o acabamento, o design do produto e também o material com qual trabalhamos – se é couro, lã ou madeira. No meu caso, trabalho com couro, material que é muito tradicional no Uruguai – explica.
Mônica, que é lojista no Uruguai e costuma participar de cerca de dezesseis feiras por ano em seu país e no exterior, diz que já pensa em voltar na 36ª Expointer, em 2013.
Estreitando os laços entre países da América do Sul no evento, o músico e artesão Wuayra Cepeda, que viaja pelo mundo mostrando seu trabalho, aproveita a semana para difundir um pouco da cultura Equatoriana no Brasil.
– No Equador, a cultura indígena é muito forte. Essa parte do Brasil lembra bastante a Europa – diz Cepeda sobre o Rio Grande do Sul.
>> Um grupo de estudantes de Jornalismo da Unisinos foi até a Expointer para fazer uma cobertura inusitada da feira. Confira a terceira edição do projeto Expointer Universitária!