Na semana passada, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu suspender o programa por tempo indeterminado porque os R$ 130 bilhões destinados à iniciativa já estariam comprometidos a mais de um mês do fim do prazo, previsto para 31 de março.
? O setor produtivo precisa de incentivo e não podemos chegar à Expodireto sem o PSI, pois essa incerteza é prejudicial e levará o produtor a adiar investimentos ? destaca Nei César Mânica, presidente da Cotrijal, de Não-Me-Toque.
Nessa segunda, dia 28, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou a intenção do governo em prorrogar o programa até dezembro, mas com aumento na atual taxa de juros de 5,5% ao ano. A indefinição do novo índice, porém, preocupa as revendas e já afeta os negócios.
Na Meta Agrícola, de Passo Fundo, o PSI é responsável por 70% das vendas, e a decisão surpreendeu os agricultores, que analisavam as condições de aderir ao financiamento, indispensável para a compra. O resultado é a suspensão parcial de negociações até uma definição sobre o juro.
? O produtor depende da linha de crédito para investir e a prorrogação é vital. Sem o programa, os negócios travam e vira um caos ? ressalta Carmen Galli, gerente administrativa da revenda.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a suspensão do PSI deve provocar uma paralisação de 80% nas vendas. O Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Estado (Simers) projeta queda de pelo menos 60%.
? O anúncio foi um baque e banho de água fria diante dos indicativos de continuidade dados pelo governo. Sem a prorrogação, a situação ficará muito ruim ? afirma Cláudio Bier, presidente do Simers.
A suspensão do PSI também afeta as exportações, já que o incentivo tem sido vital para garantir competitividade do setor no mercado internacional. Diante do impasse, uma mobilização de lideranças e entidades foi articulada para pressionar o governo a rever a decisão e por fim às incertezas que assombram o setor.
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a queda de 12% nas vendas de máquinas em janeiro já reflete as aprovações mais lentas dos financiamentos. Sem o PSI, a alternativa hoje é o programa Moderfrota, com juro de 9,5% ao ano.