>> Acesse a cobertura completa da Expointer 2013
– É preciso mais transparência. Não se pode confundir pedidos com vendas. Precisamos saber se o número de máquinas vendidas subiu ou se foram os preços que aumentaram. E precisamos saber se os negócios realmente se concretizaram – afirmou.
Para o dirigente, os números apresentados podem causar uma euforia e endividamento para o produtor. A posição foi reforçada pelo vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva.
– Euforia demais às vezes prejudica. Temos de ver se esses números não indicam um aumento de preços ou endividamento do produtor – afirmou Silva.
– Se houvesse recolhimento de algum tipo de taxa na venda de máquinas, como ocorre na venda de animais, se teria mais precisão nos números – disse Sperotto.
Chuvas poderão mudar data da próxima feira
Apesar disso, o presidente do Sistema Farsul classificou a Expointer 2013 como “uma exposição molhada, mas produtiva, como é a vida no campo”.
Os transtornos causados nesta edição, e em anteriores, pela chuva, fizeram com que a Farsul iniciasse estudos para avaliar um pedido de antecipação em 15 dias do período de realização da exposição de Esteio.
A Federação estudará os dados de índices pluviométricos no período, a fim de verificar se a data entre o final de agosto e início de setembro realmente coincide com precipitações mais acentuadas.
– Em princípio, antecipar em 15 dias a feira não traria maiores problemas, mas obviamente vamos ouvir os criadores antes de uma sugestão formal – afirmou Sperotto.
O secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, afirmou que se houver um consenso quanto à mudança de datas, está aberto a avaliar a opção.
Apesar da chuva, resultados foram positivos
Apesar dos estragos causados pela chuva no Parque Assis Brasil, em Esteio, que inviabilizaram parcialmente o funcionamento de mais de 30 estandes de máquinas, além de atrapalhar e adiar provas e julgamentos de animais, produtores aproveitaram a feira para fechar negócios e participar de debates. As vendas de animais já ultrapassaram R$ 16 milhões, superando os R$ 13,649 milhões registrados em 2012.
– Ficou demonstrado que o mercado de animais está aquecido, e os números servirão de base para comercialização nas 32 expofeiras de primavera que estão programadas – avaliou o presidente da Comissão de Feiras, Exposições e Remates da Farsul, Francisco Schardong.
O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou investimentos em irrigação.
– Por ironia do destino, a quadra de irrigação ficou alagada. Ainda assim, se vendeu mais neste ano do que no anterior. Uma das coisas que facilitaram foi o Programa Mais Água Mais Renda, que torna mais ágil a licença para construir açudes com área alagada de até 10 hectares e irrigar área de até 100 hectares. Ainda é pouco, menos do que precisamos, mas serviu para destravar a irrigação – disse Pereira.
Já o presidente da Comissão de Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, destacou o bom resultado da área de gado leiteiro.
– O momento da pecuária leiteira é bom. Verificamos uma valorização de animais e aumento na procura por aparelhamento das propriedades – disse.
Sperotto ainda fez uma projeção sobre a agenda do Sistema Farsul para os próximos meses. Segundo ele, a entidade deve se centrar no debate sobre a competitividade da agricultura brasileira, demonstrando distorções como o alto custo logístico no país e a carga tributária excessiva, além de demonstrar que a agropecuária é uma atividade de alto valor agregado.
Segundo estudo da assessoria econômica do Sistema Farsul, os produtores gaúchos poderiam aumentar em 137% sua renda, caso tivessem carga tributária e condições logísticas iguais às dos Estados Unidos.