– Essa é uma informação que eu tenho. Todos os Estados estão endividados com a União e, com a intenção de fazer um ajuste, a presidente Dilma irá chamar todos os governadores para conversar. Isso acontecerá ainda esse ano – afirmou Bier ao discutir políticas públicas do governo para o setor agroindustrial.
Além de Bier, o fórum teve a participação do Secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do Rio Grande do Sul, Mauro Kinijinik; presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (Badesul), Marcelo Lopes; do diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), José Hermeto Hoffmann; e do presidente do Conselho de Agroindústria da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Marcos Oderich.
Ao abrir o evento, o secretário Kinijinik comentou as políticas do governo para o desenvolvimento do setor industrial no Estado, exaltando a redução dos juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), de 5,5% para 2,5%.
– Estamos indo em frente, com os pés no chão. O anúncio do governo federal de redução do PSI, de 5,5% para 2,5% é um sinalizador importante para o setor. Criamos o Plano de Desenvolvimento Industrial para o Rio Grande do Sul, reunindo lideranças empresariais e técnicas para focar nos caminhos prioritários. Demoramos cerca de nove meses para fazer este documento, com uma média de 600 entrevistas para montar o projeto – afirmou o secretário.
José Hermeto Hoffmann do BRDE ressaltou a importância da agregação de valor na cadeia produtiva da agroindústria e citou os instrumentos da Política Industrial para o fortalecimento do setor. “O novo Fundopem proporciona financiamento de um mínimo de 45% a 100% do ICMS incremental a partir da implantação do projeto para cooperativas ou centrais de cooperativas de produtores rurais”, explicou.
Já Marcos Oderich reforçou o peso dos pequenos produtores oriundos da agricultura familiar e das microempresas para o desenvolvimento da agroindústria.
Marcelo Lopes utilizou como exemplo os países asiáticos, que conseguiram sair da crise ao administrar políticas de desenvolvimento na indústria.
– Nossos indicadores de endividamento estão melhorando com o tempo, e o nosso desafio é conseguir passar por um processo semelhante aos asiáticos. Uma empresa como a Samsung tem o produto interno bruto (PIB) maior do que o Estado do Rio Grande do Sul. Isso é investimento em educação e inovação – disse.
O painelista Nestor Freiberg, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura comentou a situação dos produtores de frangos no Rio Grande do Sul, buscando soluções para a crise do milho no setor.
– Não estamos competindo com nossos colegas, mas com o tesouro brasileiro. Precisamos atentar à questão de capital de giro, pois não é só com máquinas que se produz riqueza. O frango é uma espiga de milho com penas. Sem milho não há frango. Hoje, não existe oferta de milho. Em outros Estados, a situação chegou ao caos, por falta de incentivo e produção – finalizou Freiberg.