A proposta é parecida com a do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), que trabalha na linha desde a produção até a promoção do produto. Tanto o governo gaúcho quanto as indústrias do setor trabalham para que o órgão seja criado no máximo até o início de 2013.
– Temos um terreno preparado e fértil para trabalharmos com os governos federal e estadual. O clima está propenso para fazer a virada de jogo na nossa atividade que está atrasada – defende o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Wilson Zanatta.
Um dos passos a ser vencido é a ociosidade da indústria. Atualmente o Rio Grande do Sul produz 9 milhões de litros por dia de leite, quando a capacidade é de 18 milhões. Um dos planos é o de dobrar a produção em 10 anos para alcançar o mercado externo e estimular o consumo interno.
Por parte do governo gaúcho, um grupo de trabalho na Secretaria da Agricultura está finalizando um projeto de lei para a criação da política de desenvolvimento da cadeia do leite no Estado. Além da proposta da criação do instituto, será criado um Fundo Estadual do Leite, com repasse de recursos para o marketing do produto, assim como ocorre atualmente com o Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis), que repassa 50% dos recursos recolhidos das indústrias vitivinícolas para apoiar a cadeia produtiva.
– Esse é o programa que queremos aprovar até o final do ano na Assembleia Legislativa. É para ser um programa de Estado, que não termina em um governo – espera o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi.
Na ponta da produção, a Secretaria da Agricultura deve anunciar nos próximos dias um programa de incentivo para a compra e substituição de 40 mil resfriadores de leite. Conforme o secretário, os produtores poderão solicitar a compra dos equipamentos via recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
– Isso terá um impacto positivo para a qualidade do leite e o aumento da produção -acredita Mainardi.
A contrapartida do governo federal na proposta de fomento ao setor lácteo gaúcho virá da instalação de uma unidade da Embrapa Leite no Rio Grande do Sul, o que é um antigo pedido dos produtores gaúchos, já que hoje a pesquisa no setor é feita em Minas Gerais e a realidade de produção é diferente.
– Já existe uma determinação que a Embrapa organize uma unidade com técnicos para trazer alternativas aos produtores de leite do Rio Grande do Sul – confirma o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha.