Em desenvolvimento pela AGCO Sisu Power, uma das recentes novidades é o motor flex, que funciona com diesel e etanol. Com parceria entre Brasil e Finlândia, o equipamento deve chegar ao mercado em 2012 para tratores e colheitadeiras Valtra e Massey Ferguson. O novo motor visa a atender a demanda de países de clima quente, como o Brasil.
? Quem largar na frente, terá vantagem ? afirma Cláudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers).
A Expodireto Cotrijal apresenta novidades em motores. Entre os destaques, está a linha lançada há um ano pela Massey, composta por tratores, colheitadeiras e pulverizadores com motores B-100, que são 100% biodiesel. Apesar do avanço, pelo menos por enquanto o diferencial não é fator decisivo para os negócios.
? No futuro, o biodiesel se tornará mais competitivo e atraente. Como maquinário é um investimento duradouro, o produtor avaliará essa tendência ao investir ? afirma Carlito Eckert, diretor comercial da Massey.
Hoje, a adição de 5% de biodiesel no diesel é obrigatória no Brasil. O índice ainda é baixo em relação à Europa, por exemplo, principalmente devido à falta do produto em escala industrial no país. A incógnita quanto à sustentabilidade financeira do biodiesel e a ausência de parâmetros mais restritos na normatização, porém, podem desacelerar a implantação no campo.
? O governo tem papel importante para direcionar políticas de incentivo e consolidar uma evolução gradativa dessas tecnologias ? aponta Eduardo Kerbauy, especialista em tratores da marca New Holland.
A perspectiva de cada produtor ter sua própria usina de combustível renovável pode antecipar a expansão. Mas para o coordenador do Laboratório de Agrotecnologia do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), José Fernando Schlosser, o manejo e o aproveitamento dos resíduos pelo agricultor são cruciais para a implantação da tecnologia.
? Produzir combustível não pode ser atribuição do agricultor ? alerta.