O maior trator da América Latina, importado dos Estados Unidos, está exposto na feira. A máquina, que custa R$ 650 mil tem 507 cavalos de potência. Segundo o gerente comercial Luiz Feijó, o fabricante garante que ela tem capacidade de fazer o trabalho de quatro tratores de potência média. A expectativa é de bons negócios, apesar dos tempos de crise.
– Temos algumas propostas em andamento e estamos agendando visitas para os próximos dias. Eu tenho certeza de que assim como fechamos negócios na Coopavel, vamos fechar aqui – diz.
Já uma empresa concorrente, apostou em um modelo importado da França. Ele é o único trator com transmissão CVT, que não altera a rotação do motor com a mudança de marchas. O diretor comercial da companhia, Carlito Eckert, reconhece que a Expodireto é um termômetro para medir o entusiasmo do produtor. E aponta que é importante não ser muito otimista nem pessimista.
– Temos uma visão realista. Estamos em um momento com fatores climáticos que não podem ser desconhecidos, mas, ao mesmo tempo, se percebe bastante entusiasmo do produtor em relação às novidades apresentadas. Especialmente na agricultura de precisão, que é o grande mote do momento e que é o mais procurado – afirma.
O produtor rural Luis Henrique Milani cultiva milho e soja no município de Herval, na região norte do Rio Grande do Sul. Ele relata ter perdido grande parte da safra com a estiagem. Como precisava de um novo trator, optou pelo consórcio.
– A gente paga por mês uma quantia. De seis em seis meses outra quantia, direto com a fábrica, sem banco. Dá tempo de recuperar a renda perdida e até quero ver se no ano que vem amplio minha área de plantio – relata.
Uma das áreas mais visitadas na Expodireto é onde estão expostas opções para irrigação. Pelo menos cem pessoas buscam informações sobre as técnicas diariamente no evento. De acordo com o empresário Siegfried Kwast, o número é o dobro do registrado no ano passado.
– Não são pessoas que estão especulando se vão querer colocar ou não irrigação. São pessoas que já estão decididas a fazer – avalia.
Ele aponta que com a irrigação o produtor poderá pensar em rendimentos próximos a 300 sacas de milho e 100 sacas de soja. E acredita que a área irrigada no Estado, que hoje é de 80 mil hectares, poderá crescer no futuro.
– Nós temos condições de em três anos dobrar a área irrigada no Rio Grande do Sul. A bola da vez é a irrigação – opina.