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Modernização aumenta produtividade em 10%

Maior parte dos equipamentos está defasada, com uma idade média de 15 a 20 anos, diz presidente da AbimaqA 22ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Riberão Preto, interior paulista, está apresentando uma série de avanços tecnológicos capazes de aumentar a produtividade do setor agrícola, que ainda utiliza equipamentos e métodos considerados desfasados. 

Fonte: Pedro Morais/Campos Novos (SC)

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, a maior parte dos equipamentos possui uma idade média de 15 a 20 anos, prejudicando os ganhos do setor.

– Acreditamos que se ocorrer essa modernização nos equipamentos, teríamos um incremento de 10% na produtividade geral do agronegócio – avaliou. A Abimaq é uma das realizadoras do evento.

Entre as novidades tecnológicas que podem melhorar a produtividade, a Massey Fergueson apresentou uma nova série de tratores, a MF 6700R Dyna-4, com tecnologia que consome menos combustível. A Cummins apresentou o novo motor QSG de 12 litros e potência máxima de 510 hp, projetado para equipar tratores, pulverizadores, colheitadeiras,entre outras máquinas. Além do baixo consumo de combustível, o novo motor oferece extensão da troca de óleo.

Outro lançamento é a da colhedora de cana-de-açúcar que reduz o consumo de combustível em até 8%, melhora ainda mais a limpeza da cana colhida, além de aumentar a produtividade operacional, o que representa menos emissão de carbono e colabora na redução dos impactos ambientais.

No lado da agricultura de precisão, destaque para um sistema voltado voltado ao plantio de sementes que, utilizando as coordenadas programadas previamente, impede a sobreposição de sementes. Outra tecnologia que chama a atenção é um sistema de monitoramento de solo com GPS, que possibilita uma análise completa de todas as necessidades do solo, indicando os pontos nas lavouras que estão deficientes em determinados nutrientes. 

– Toda a tecnologia desenvolvida para agricultura de precisão visa distribuí-los de forma racional – afirma Fernando Degobbi, diretor de marketing da Cooperativa de Produtores Rurais (Coopercitrus), que organiza as demonstrações do Polo de Agricultura de Precisão da Agrishow.

Segundo ele, as inovações podem reduzir os custos dos produtores com defensivos agrícolas em torno de 20%.

Necessidades

Apesar de apresentarem equipamentos modernos que aumentam a produtividade do campo, os expositores reclamam que os produtores enfrentam uma série de dificuldades para modernizar suas lavouras.

Segundo o presidente da Abimaq, a renovação da frota agícola depende principalmente da capitalização do produtor, algo que “ocorre atualmente, uma vez que a queda dos preços das principais commodities foi compensada pela valorização do dólar”.

No entanto, ele cita a necessidade de melhorar das condições de financiamento, além da ampliação do seguro rural e uma política agrícola voltada ao médio e longo prazo para que a modernização seja acelerada.

Os altos custos do país também foram citados como entraves. Apesar da alta de 30% nas exportações em 2015 ante igual período de 2014, por conta da valorização do dólar, o Brasil é considerado um país de alto custo e de menor competitividade do que os concorrentes Índia e China no mercado internacional de máquinas agrícolas.

– Com o dólar estamos voltando a novamente ser competitivos – disse Alfredo Jobke, diretor de Marketing da AGCO, cotroladora da Massey Fergueson e Valtra, na América Latina.

Até 2005 ou 2006, segundo o diretor comercial Massey Ferguson, Carlito Eckert, o país exportava o mesmo que vendia no mercado interno. Desde então (com o dólar desvalorizado) o Brasil deixou de ser país de baixo custo e perdeu a competição para outros países. Além do dólar, outra preocupação da companhia são as incertezas sobre as condições de financiamento para a safra agrícola 2015/2016.

Para ele, em um cenário no qual o governo sinaliza juros próximos à inflação deste ano, em torno de 8%, o volume de recursos se torna o fator fundamental para gerar negócios no setor.

 – Tendo dinheiro vai ter demanda – resumiu o executivo.

Até agora, no entanto, o segmento patinou no primeiro trimestre de 2015. As vendas de colheitadeiras recuaram 42% ante igual período de 2014, de 2.022 para 1.174 unidades. Já as vendas de tratores caíram 13,9% em iguais períodos, para 9.750 unidades.

A feira vai até o dia 1º de maio.

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