Mulheres estrangeiras trocam experiências de mercado e de conhecimento na Expodireto

Representantes do Brasil, Irã, Polônia e Ucrânia apresentaram qual a participação que a mulher tem na agricultura em seus países, bem como os avanços e as conquistas que precisam ser alcançadas no que diz respeito ao empreendedorismo e à independência da mulher na agricultura.

Kazimira Molenda, representante da Polônia, ressaltou a crescente importância da mulher em seu país, principalmente após a adesão à União Europeia, em 2004. Diretora em uma grande empresa de laticínios, Kazimira destacou o valor da mulher como força de trabalho, refletido nos resultados não somente no campo, mas também em outras áreas, como economia e esportes. A representante da Polônia enfatizou a discussão em torno da equiparação entre homens e mulheres para a aposentadoria, que atualmente é desigual tanto no cálculo de valores como nos prazos para se aposentar – 65 anos para homens e 60 anos para mulheres.

A representante da Ucrânia, Svetlana Sinkovskaya, realçou a desigualdade entre homens e mulheres na participação em papéis decisivos, com o descompasso refletido nos salários. Svetlana destacou o esforço das mulheres em tentar competir com os homens em condição de igualdade no mercado de trabalho. Uma peculiaridade de seu país é a licença-maternidade, concedida pelo prazo de três anos e com salário muito inferior ao que é pago para quem trabalha. A representante ucraniana ressaltou que o papel da mulher ainda é muito pequeno no agronegócio, mas que empresas e instituições têm se esforçado para modificar este quadro, oferecendo cursos de capacitação e intercâmbios. Outro ponto que Svetlana destacou é o de que as mulheres são mais interessadas e dispostas para participar de rodadas de negócios que os homens.

A iraniana Shahrzad Rashidinia apresentou a forma como a mulher se insere no mercado de trabalho em seu país, de um modo que pode ser considerado como surpreendente para culturas ocidentais: os homens dão maior confiança às mulheres para a realização de negócios, e em algumas situações, a remuneração delas é até três vezes maior que os homens. De acordo com Shahrzad, muitas das informações que chegam pela imprensa internacional distorcem a cultura de seu país, e especificamente no caso das mulheres, mostram a imagem de uma mulher que não participa de decisões. Shahrzad destacou que todas as principais cidades iranianas possuem universidades, que as mulheres estudam mais que os homens, e que cada vez mais a mulher está inserida em postos importantes, tanto em empresas como no governo.

Márcia Santana, secretária de políticas para as mulheres do Rio Grande do Sul, encerrou a palestra valorizando a diversidade de etnias e culturas do Brasil, e apresentou ações que estão sendo tomadas nos níveis estadual e nacional para proteção e valorização da mulher. Márcia ressaltou que a situação da mulher, tanto no Rio Grande do Sul como no Brasil, não é muito diferente do que foi relatado pelas outras palestrantes: baixa remuneração, desigualdade em cargos e salários, além da competição pelo poder.