Mundo hi-tech da agricultura pode ser conferido no último dia da Expodireto

Tecnologia permite análise detalhada da qualidade do solo e menos desperdício de insumos na lavouraMáquinas que permitem plantar as sementes exatamente no mesmo lugar ano após ano e que avaliam em tempo real o volume de fertilizantes a serem aplicados em cada metro de uma lavoura, podem virar realidade na agricultura gaúcha nos próximos anos.

Recursos desse tipo estão nas pranchetas dos projetistas das indústrias de máquinas e dos pesquisadores de implementos agrícolas como foco do desenvolvimento dos equipamentos de agricultura de precisão nos próximos 10 anos, segundo especialistas ouvidos na Expodireto Cotrijal, que se encerra nesta sexta, dia 19, em Não-Me-Toque.

A ideia é ampliar os mecanismos já oferecidos hoje por meio da aplicação de sensores, piloto automático, aparelhos de GPS nas máquinas agrícolas. Cada vez mais presentes nas lavouras, principalmente entre os grandes produtores, esses equipamentos já permitem fazer uma análise detalhada da qualidade do solo e evitar o desperdício de insumos na lavoura.

À espera das novidades, estão grandes produtores já habituados ao uso desses recursos como o agricultor Timóteo Fu Min Ma, de Carazinho, que planta soja e milho no município gaúcho e em São Desidério (BA).

? São recursos que garantem economia de 5% a 10% de combustível e até 30% no uso de fertilizantes ? afirma Min Ma, que conta com pulverizadores, distribuidores e colheitadeiras com sistemas de precisão.

De acordo com Niumar Aurélio especialista em marketing da divisão de Soluções em Tecnologia Avançada da Massey Ferguson, a meta agora é refinar a precisão dos equipamentos. Uma das próximas novidades a serem lançadas no setor é a do tráfego controlado, que reduz a dois centímetros a margem de erro do plantio orientado por satélite. O objetivo é fazer com que as linhas da lavoura sejam sempre as mesmas em todas as safras, o que permitiria a aplicação concentrada de adubos somente nessas linhas.

O especialista em agricultura de precisão Telmo Amado, coordenador do Projeto Aquarius, ressalta que outro plano é tornar instantâneo o processo de análise de solo e o mapeamento das necessidades de fertilizantes nas lavouras. A ideia é que a mesma máquina seja capaz de fazer a leitura da qualidade do solo e ao mesmo tempo aplicar somente a quantidade necessária de insumos.

? Hoje, a aplicação é feita, em média, seis meses depois da leitura dos dados da terra ? compara Amado.

Outro desafio, segundo Tiago Oliveira, especialista em soluções de gerenciamento em agricultura da John Deere, é popularizar o sistema e estender a outras culturas além dos grãos e a cana-de-açúcar, em que o uso da agricultura de precisão é mais comum.