No evento, foram tratadas as questões que devem ser observadas pelas empresas brasileiras que têm como foco o mercado norte-americano. O presidente do Sistema Fiergs, Heitor José Müller, abriu o evento destacando a importância da discussão do tema para a agroindústria no país.
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A especialista em Política e Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Stefanie Schmitt, afirmou que a FSMA (Food Safety Modernization Act), a mais ampla reforma legislativa de segurança alimentar já realizada nos últimos 70 anos pelos Estados Unidos, deve causar impactos à cadeia produtiva de alimentos brasileira.
– O impacto será extraterritorial. Quem exporta para os Estados Unidos passará pelo mesmo nível de exigência que os produtores americanos – disse Stefanie.
A especialista alertou para os principais riscos da nova lei americana à agroindústria brasileira: o risco de aumento nos custos de produção de quem exporta para os EUA, em razão da adequação às novas regras e necessidade de emissão de certificados; o risco de a fiscalização norte-americana pedir o detalhamento do processo de produção, incluindo informações confidenciais; a chance de danos à imagem da empresa exportadora e dificuldade no acesso a mercados internacionais em caso de não-adequação às novas regras.
O chefe da Divisão de Defesa Agropecuária da Superintendência Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, Bernardo Todeschini, ressaltou que ainda não está claro como essas medidas do governo norte-americano serão aplicadas sobre produtores estrangeiros.
– A nova lei vai afetar uma gama gigantesca de fornecedores, mas ainda não se sabe quem vai pagar por essas estruturas de controle – afirmou.
O economista-chefe do Sistema Fiergs, André Nunes de Nunes, falou sobre os impactos potenciais da nova lei para a agroindústria gaúcha.
Já o diretor de Relações com Investidores da Grupo JBS, Jeremiah O’Callaghan, trouxe a visão das empresas exportadoras ao painel. Segundo ele, os Estados Unidos acertaram em ampliar o prazo de adequação para os pequenos agricultores às novas regras.
– É importante que a gente fique alinhado com os Estados Unidos. Vejo potencial em nos espelharmos na legislação americana para ampliarmos nossas exportações.
O’Callaghan pediu aos representantes do governo presentes que dêem atenção à legislação brasileira para que não se deixe a cargo de outros países a tarefa de fiscalizar a qualidade da produção no Brasil.
– Isso deve ser feito pelo Ministério da Agricultura.
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