Zanatta iniciou a discussão falando sobre o aumento da produção e consumo do leite no país. Segundo dados citados pelo presidente do Sindilat, nos últimos 10 anos o Brasil teve um aumento médio de 4,43% ao ano na produção e de 3,8% no consumo de leite. O painelista falou da importância de manter esse aumento no consumo.
— Quando se fala em aumento de produção, tem que se levar em conta também o aumento do consumo. E para isso é preciso um investimento em inteligência, pesquisa e divulgação dos produtos, para vender melhor e agregar valor ao leite e aos derivados.
O painelista ressaltou a necessidade de criar uma política de governo que estimule o consumo nas merendas escolares e nos programas sociais.
O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi, destacou o trabalho de técnicos da Câmara Setorial do Leite e de representantes da indústria que atuam na reforma dos incentivos fiscais e programas de políticas permanentes para o leite.
O painelista afirmou que além da produtividade, é preciso pensar na renda do produtor rural.
— A principal preocupação da Secretaria é com a garantia de renda àqueles que produzem leite no Estado.
Mainardi citou a sanidade animal e a gestão da propriedade como pontos que devem ter investimentos dos setores público e privado. Segundo o secretário estadual, a gestão da propriedade através da rastreabilidade é fundamental para mostrar ao mercado mundial a qualidade do produto e de onde ele veio.
Exemplo de produtividade
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, destacou a posição do Rio Grande do Sul na produção do leite. De acordo com Rocha, o Estado apresenta uma média de crescimento de 8% ao ano na produção, enquanto o Brasil cresce 5%.
Para o painelista João Salomão Fagundes, essa posição de destaque do Estado gaúcho se deve ao clima favorável da região Sul e à maior tecnicização disponível. O coordenador-geral de Pecuária e Culturas Permanentes da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura chamou a atenção para a importância do investimento em pesquisa e técnicas agrícolas.
— É preciso investir em novas técnicas para aumentar a produtividade e a qualidade do leite produzido no Brasil. E isso não apenas para o público externo, mas também para os nossos consumidores.
Fagundes falou também da alta dos preços dos insumos, que comprometem a rentabilidade do produtor. Para ele, é necessário repensar os valores pagos.
— Temos o desafio de compensar os valores de produção e aquilo que é pago para os produtores, de forma a equilibrar os elos da cadeia de produção.
O painelista Elton Weber encerrou a discussão falando da importância nutricional, social e econômica do leite.
— O leite é um dos alimentos mais completos que existe e tem uma importância social e econômica muito grande no nosso Estado e no Brasil. Grande parte daqueles que se dedicam à atividade são pequenos produtores que vivem da agricultura familiar.
Weber afirmou que é preciso haver um acompanhamento maior da rede de mercados, que muitas vezes ficam com a maior parte dos rendimentos com a venda do leite.