Os custos com energia elétrica subiram 30%; os custos com mão de obra aumentaram 12,72%, acompanhando o aumento do salário-mínimo regional do Rio Grande do Sul. Além disso, o combustível de aviação agrícola também vem subindo. Todos estes fatores preocupam os produtores e ameaçam o fôlego dado pelo aumento do preço da saca de 50 quilos, que chegou a R$ 37 neste ano.
Para o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, o desafio é mais do que conseguir diversificar a produção, adaptando variedades de soja para a várzea. Dornelles diz que o desafio é a profissionalização do produtor.
– Precisamos de mais estabilidade no gerenciamento de nossas finanças. O arroz exige muito caixa, os custos de produção são altos, as máquinas são extremamente caras. O produtor tem que balancear tudo isso.
A análise de Dornelles bate com a análise do diretor técnico do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Rui Ragagnin, sobre a relação preço/custos. Segundo Ragagnin, para o produtor que consegue administrar bem sua lavoura, o valor atual da saca cobre os custos e permite renda. Principalmente para os que estão adotando a rotação de culturas e a integração lavoura-pecuária.
O presidente da Federarroz diz, ainda, que os rizicultores não podem perder o foco no mercado doméstico.
– Não adianta só falar em exportação, porque estamos engatinhando nisso. Temos que ter cuidado especial ao mercado doméstico, para o qual temos indústrias competentes.
A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que o Brasil deve colher cerca de 12,2 milhões toneladas de arroz na safra 2013/2014, 65% dos quais são produzidos no Rio Grande do Sul. Cada brasileiro consome, em média, 25 quilos de arroz ao ano.
El Niño
De acordo com o diretor técnico do Irga, Rui Ragagnin, os produtores de arroz não precisam ter grandes preocupações com o El Niño. A modalidade do fenômeno que está prevista para este ano, o El Niño Modoki, deve provocar estiagem nos meses de floração do arroz, o que beneficiará a produção.
O Fórum Canal Rural com o tema “A crise do arroz foi debelada?” foi realizado com apoio do Irga e contou também com a participação do presidente do Sindarroz, Elton Doeler, e o presidente do Irga, Cláudio Pereira.
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