Se ao final do século 19 fazendeiros do Triângulo Mineiro viajavam até a Índia para buscar gado zebuíno puro para introduzir esses animais no Brasil, agora são os indianos que procuram aqui a tecnologia desenvolvida para aumentar sua produção. Durante a 83ª ExpoZebu, a delegação indiana deixou claro que os dois países têm muito a oferecer um ao outro.
Apesar de boa parte da população local tratar as vacas como membros da família, a Índia já ocupa a segunda posição do ranking de exportação mundial de carne bovina. De de acordo com Venugopal Badaravada, membro do Conselho Nacional de Pecuária da Índia, as parcerias serão benéficas para as duas nações.
“Brasil e Índia possuem o mesmo clima tropical, os dois países estão proximos aos trópicos. Brasil tem tecnologia e nós precisamos dela, por isso buscamos parceiros aqui. Temos muito em comum e a história mostra isso. Os dois caminhando juntos na evolução do zebu vai gerar rendimento para ambos”, afirma Badaravada.
Hoje, a Índia consome cerca de 114 milhões de doses de sêmem por ano, dez vezes mais do que o Brasil. Porém, a capacidade de produção de material genético de zebuínos brasileiros é maior e capaz de suprir a demanda do país asiático. Com as parcerias que o conselho indiano acredita firmar no próximo ano, animais que hoje não são levados às centrais de inseminação, por falta de demanda, vão produzir embriões e sêmem para exportação.
Esta troca de material genético entre os animais é vantajosa para o Brasil também, afinal, como estudos apontam, a distância e a variabilidade genética entre raças podem incrementar a produção animal, aumentando a qualidade do gado obtido em cruzamentos.