Mesmo os prejuízos com a seca que atingiu o Estado e a valorização da soja, que deve ocupar espaços tradicionais da pecuária, não intimidam os representantes do setor. Uma menor oferta e a grande procura pela reposição de plantéis deve elevar os preços ao produtor.
– Nós procuramos trazer bons animais, queremos evoluir para uma feira que prime pela qualidade e não pela quantidade – salienta o coordenador da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong, sem arriscar um valor médio de vendas.
O presidente do Sindicato dos Leiloeiros do Rio Grande do Sul (Sindiler), Jarbas Knorr, acredita em um incremento de 15% na comercialização de animais na Expointer. Se o resultado se confirmar, projeta um aumento de 20% nas vendas da temporada de primavera em relação à 2011, que fechou com R$ 42 milhões e 8,8 mil animais vendidos conforme os dados do sindicato.
– Temos indicativos que esta temporada será melhor. O quilo do boi vivo está sendo vendido à média de R$ 3,30 (maior que no ano passado) e há grande procura por gado de reposição. Acreditamos em um ano mais promissor – avalia Knorr.
O cenário positivo previsto pelo setor é refletido no crédito. O Banco do Brasil pela primeira vez fixou um valor para a feira de novilhas e vai oferecer R$ 50 milhões para a aquisição de animais, que se somam a mais R$ 300 milhões para toda a Expointer.
Apesar do otimismo para as vendas, a Farsul quer discutir a redução de animais no campo. O assunto deve ser o foco principal do Fórum Permanente do Agronegócio, que é promovido pela entidade.
– Faremos quantas etapas forem necessárias para discutirmos de onde virão os terneiros. Este tema não ficou esquecido, queremos buscar esta resposta – enfatiza o presidente da Farsul, Carlos Sperotto.
Na ocasião, Sperotto anunciou que a federação está buscando junto ao Ministério da Agricultura ampliar o zoneamento para a cultura da soja na metade Sul do Estado para que os produtores que estão ampliando a área com a cultura não fiquem de fora do acesso ao crédito.