– Sempre tivemos um grande interesse em fomentar a raça no Rio Grande do Sul. Por isso, decidimos participar da feira – comenta Odilio Marin Filho, gerente da Fazenda Angélica.
Em Esteio (RS), um ponto de vendas irá concentrar a comercialização de embriões, sêmen, prenhezes e fêmeas. A participação da raça contará com o apoio dos produtores gaúchos.
– Será importante para incentivar a criação. É uma raça diferenciada devido ao apelo que o produto tem – diz Eduardo de Assis, presidente da Associação Gaúcha dos Criadores de Wagyu, que tem 15 exemplares puros de origem na Fazenda Santa Terezinha, em Jaquirana (RS).
A ideia da associação gaúcha, que conta com sete criadores, era preparar uma participação intensiva da raça em 2013. Mas a vinda dos animais de São Paulo acabou por antecipar a estreia em Esteio. Conforme Assis, hoje apenas dois criadores gaúchos têm animais puros de origem. Os demais são cruzas com outras raças, como angus, hereford e simental.
A produção exige cuidados especiais na alimentação – que inclui cevada, aveia, milho e pasto seco. Tudo para garantir uma carne com fibras musculares mais finas, que permitem maior infiltração da gordura intramuscular, determinando um maior marmoreio.
Por isso, o preço do kobe beef, produzido com o wagyu, pode chegar a até R$ 150 o quilo em restaurantes da capital gaúcha.
– É um mercado que está se desenvolvendo bem. Mas por causa do tratamento dado ao animal o valor da carne acaba sendo mais caro – afirma Thiago Rocha, diretor comercial da NW Royal Carnes Especiais, que desde 2010 trabalha com a carne do wagyu.
Além do wagyu, a raça gipsy horse, de equinos, também fará sua primeira participação na feira na edição deste ano.
A origem do kobe beef
– Tradicionalmente, a raça wagyu era utilizada para trabalhos de tração no cultivo de arroz. Por questões religiosas, imperadores japoneses não permitiam o consumo da carne do animal, que só foi liberado após a revolução industrial.
– O nome kobe beef surgiu após a liberação do porto de Kobe ao comércio internacional, em 1º de janeiro de 1968. Estrangeiros que visitavam o país e entravam pelo porto se surpreenderam com a qualidade e o sabor da carne, o que a tornou mundialmente conhecida.