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Expointer

Rastreabilidade e segurança no campo são debatidos durante a Expointer

Palestrantes também destacaram mitos associados ao uso de agroquímicos, durante evento realizado na Arena Rural, parceria do Canal Rural e do Senar-RS

palestra rural
Palestra na Arena Rural esclareceu dúvidas sobre aplicação de defensivos. Foto: Franco Rodrigues

Há tempos as questões relacionadas à rastreabilidade dos alimentos e segurança na aplicação de defensivos ganham força, tanto entre agricultores quanto consumidores de alimentos. O assunto foi discutido na manhã desta segunda-feira, 26, no”Seminário sobre normas no campo: da rastreabilidade à segurança no trabalho”, na Arena Rural, uma realização do Canal Rural e do Senar-RS durante a 42ª Expointer, que acontece em Esteio (RS). O debate e contou com especialistas para esclarecer mitos e verdades, além do real impacto que o uso de agroquímicos pode ter na saúde humana.

A rastreabilidade, lembra o diretor-técnico da Emater-RS, Alencar Rugeri, é uma ferramenta capaz de auxiliar o consumidor que deseja saber de que forma a fruta ou verdura que ele comprou foi produzida. “A rastreabilidade deve desmistificar a ideia de que esses alimentos estão cheios de agrotóxicos”, afirma.

Prevista em leis federais e decretos, a rastreabilidade deve informar ao consumidor todo o histórico do produto. Por exemplo: o dia em que foi plantado, quais produtos foram usados para combate de pragas e quando foi efetuada a colheita. Ou seja, é um histórico à disposição do consumidor.

Mas, se consumidores buscam cada vez mais informações e segurança sobre o que estão colocando à mesa, o agricultor, por sua vez, também precisa estar seguro na hora de cultivar esse alimento. O médico toxicologista Angelo Zanaga Trapé, que também é professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), trouxe informações à plateia sobre a segurança para os dois lados da cadeia.

“O Brasil, se analisarmos por tonelada de alimento, está em 13º lugar no uso de agrotóxicos. E hoje podemos comprovar que os produtos não têm resíduos que determinem efeito na saúde das pessoas”, garante Trapé.

Perigo no campo

Mas e no campo? Será que agricultores, que seguem as normas e usam os equipamentos de proteção individual (EPI), também estão seguros?

Trapé, que palestrou aos agricultores durante o seminário, garante que sim. “Não existe nenhum estudo no mundo que afirme que o agricultor vai desenvolver câncer. Mas sabemos que, entre os grupos populacionais mais expostos à intoxicação, estão agricultores e trabalhadores rurais, e que, quando a pulverização é absorvida pelo ser humano, em 95% dos casos isso acontece através da pele, por isso a importância do EPI”, alerta.

Suicídio no campo

O toxicologista falou ainda sobre outro tema polêmico envolvendo a aplicação de agroquímicos: a relação entre suicídio de fumicultores e uso de defensivos na lavoura. Sobre isso, ele trouxe um estudo feito em uma importante cidade fumicultora do Rio Grande do Sul, que analisou 315 famílias produtoras.

“A Unicamp fez um estudo em Santa Cruz do Sul para analisar casos de suicídio por uso de agrotóxicos, pois se dizia que o uso do produto estaria desencadeando depressão em produtores de tabaco. Mas nossa análise não encontrou nenhuma associação entre a doença e o uso de agrotóxicos”, lembra o professor.

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