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Apesar das perdas pontuais nas lavouras gaúchas durante este verão, a safra histórica está confirmada no Estado. Segundo dados da Emater/RS, a produção de grãos deve chegar a 27 milhões de toneladas. O diretor técnico da entidade, Gervasio Paulus, afirma que a facilidade de acesso ao crédito e o mercado aquecido foram fatores que contribuíram para o resultado. No entanto, os índices poderiam ser ainda melhores.
– Ocorreram problemas pontuais localizados de adversidade climáticas, sobretudo de falta de chuva. Há um potencial ainda maior e resposta de produção de rendimento se avançarmos ainda mais com tecnologias, nesse caso específico a tecnologia da irrigação – salienta.
O diretor da Focking, Siegfried Kwast, empresa especializa em pivôs de irrigação, afirma que teve crescimento de 50% nos pedidos entre 2012 e 2013.
– Nosso número de orçamentos foi recorde. O Estado está deixando de colher de duas a três milhões de toneladas por causa da estiagem. Está sendo uma boa safra, mas podia ter sido melhor. Aumentou muito a procura por equipamentos de irrigação, justamente para ter a segurança de uma colheita mais farta – diz Kwast.
A expectativa do empresário é de que o mercado registre um novo recorde nesse ano.
– O mercado brasileiro sempre se estabilizou em 700 máquinas ao ano. Em 2013 foram 2.100 máquinas. Nós acreditamos que este ano o número deve se repetir, mas com uma estiagem forte no RS, e mais forte no estado de SP, Minas Gerais e Goiás, o número pode ser superado novamente e bater novo recorde – afirma.
O produtor de soja de São Borja, no Rio Grande do Sul, Henrique Pacheco, diz que cansou de esperar pela chuva e decidiu investir em irrigação. Acabou de comprar um novo sistema e tem grandes expectativas.
– O aumento deve ser grande, principalmente na cultura do milho, acredito num aumento de 30 a 40%. A soja vai ficar nessa margem também. Essa tecnologia traz segurança de uma colheita certa, que vai pagar o custo da lavoura, além de manter – salienta Pacheco.
O gargalo são as restrições impostas pelos órgãos ambientais para liberação de licenças. Sem elas, os agentes financeiros não podem liberar o crédito e o produtor rural não pode instalar o projeto na propriedade. Desde o fim de 2013, o governo do Estado gaúcho, e as secretarias da Agricultura e Meio Ambientem debatem os ajustes no programa estadual Mais Água, Mais Renda, que prevê a instalação de sistemas de irrigação. Na abertura da Expodireto o governador afirmou que o programa vai ser ampliado e que as negociações com os órgãos ambientais já estariam na reta final.
Atualmente, cerca de quatro mil projetos aguardam por licenciamento no Rio Grande do Sul. De acordo com a Emater há uma tentativa de conseguir a licença ambiental para o programa, ao invés de projetos individuais.
>> Expodireto começou nesta segunda, dia 10, recebendo representantes de 77 países