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Mato Grosso é um exemplo dessa expansão do rebanho de hereford, como mostrou o administrador do Grupo Pitangueira, Eduardo Peixoto. Ele apresentou no fórum o trabalho de mais de quatro décadas de seleção genética e adaptação do gado hereford para o ambiente e o clima do pantanal mato-grossense.
– Este foi o primeiro ano em que ofertamos touros nascidos e recriados adaptados ao Centro-Oeste. No leilão que realizamos recentemente em Rondonópolis, eles foram 40% da oferta – orgulha-se Peixoto.
De acordo com o diretor técnico da Cort Genética Brasil, Antônio Carlos Cabistani, a raça é uma ótima opção para cruzamento com nelore – com é o caso do Grupo Pitangueira -, não só pela qualidade de carne, mas também pela capacidade de transformação de pastos grosseiros em proteína de qualidade.
– Isso é importante por conta do momento que vivemos, de conversão de áreas de pastagens para agricultura. A pecuária está cada vez mais indo para áreas marginais, com menor qualidade do solo, o que impacta na qualidade da proteína – aponta Cabistani.
Carne certificada
Um dos segredos da difusão da raça para outras regiões do país está no programa de melhoramento genético, que tem mais de dez anos e resultou em uma certificação de qualidade da carne, lançada em 2010.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), Fernando Lopa, o selo já conta com a adesão de três mil produtores e certifica em torno de 5% da carne de hereford produzida no Rio Grande do Sul, resultante do abate anual de cerca de 60 mil animais. No total, o rebanho hereford certificado alcança 140 mil cabeças. O selo certifica animais que tenham até meio sangue hereford.
Agora, a entidade busca ampliar a adesão de produtores de outros Estados ao programa de certificação.
– Estamos ampliando a cadeia de frigoríficos parceiros e queremos aumentar o volume de animais aptos para a certificação em outras regiões. A nossa meta é crescer cerca de 10% ao ano. Claro que estamos falando de um mercado complexo cujo desempenho depende de muitos fatores, desde a ocorrência de alguma emergência sanitária até aumento ou queda de demanda no exterior. Tudo isso pode afetar nossa meta, mas trabalhamos para isto – diz Lopa.
A raça se destaca pela sua capacidade de produção de carne, que agrega até 30 quilos a mais de carne para o abete no mesmo tempo que outras raças – motivo pelo qual é chamada de máquina de produzir carne. Lopa diz que esse é o primeiro incentivo para os criadores investirem na raça: produzir mais com o mesmo esforço.
Além disso, a certificação também traz mais renda para os criadores. Atualmente, a carne certificada garante aos pecuaristas um prêmio médio de 5% sobre o preço de mercado, podendo chegar a 14% nas fêmeas.
O Fórum Canal Rural: Hereford e Braford – Máquina de Produzir Carne foi realizado pelo Canal Rural e pela Associação Brasileira de Hereford e Braford, na Casa RBS, em Esteio (RS). O evento faz parte da programação especial do Canal Rural na 37ª Expointer.
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