O Show Rural Coopavel, realizado até sexta-feira, dia 5, em Cascavel (PR), é o evento utilizado pelas empresas de biotecnologia para lançar seus produtos no início do ano. Entre as novidades apresentadas nesta edição, estão uma variedades de milho para o refúgio em lavouras Bt e cultivares de soja precoce.
Em plantios que utilizam a tecnologia Bt, que apresentam resistência a lagartas, no mínimo 10% da área deve ser semeada com plantas convencionais, o chamado refúgio. Para incentivar essa prática de manejo, a Monsanto lançou na feira paranaense cinco híbridos que estarão disponíveis para todo o país na próxima safra de verão.
De acordo com o gerente de biotecnologia de milho da empresa, Guilherme Lobato, o plantio do refúgio é uma prática fundamental para proteger a continuidade do benefício que a tecnologia proporciona para a cadeia do cereal.
Soja
A Embrapa trouxe três lançamentos de soja precoce. Uma delas é a BRS 399RR, resistente a nematoides. Outra é a BRS 388RR, que tem estabilidade de produção durante todo o calendário de plantio e, segundo a empresa, é uma opção para quem busca produtividade acima de 70 sacas por hectare.
A terceira cultivar é a BRS 1010 IPRO, resistente ao herbicida glifosato e também às principais lagartas que atacam a cultura da soja, de acordo com a pesquisadora Divania de Lima. Como é uma variedade precoce, é uma alternativa para produtores que cultivam o milho segunda safra.
Na pecuária, a novidade é o capim-elefante BRS kumumi, também da Embrapa, destinado a sistemas de criação intensivos. Com porte baixo e grande volume de folhas, pode ser usado para gado de leite, ovinos e caprinos. Na produção leiteira, traz a promessa de ganhos de peso e de produtividade.
Para o pesquisador da Embrapa Paulino José Melo Andrade, o ganho diário de novilhas nesse tipo de pasto, durante o período chuvoso, é de 700 a 800 gramas, apenas com adição de sal mineral.
“Em termos de leite, este capim apresenta qualidade nutricional suficiente para produzir de 18 a 19 kg com uma pequena suplementação de energia”, afirma Andrade.
O produtor rural Emerson Luiz Dal Bem se interessou pelo capim-elefante, porque pretende criar ovelhas em consórcio com plantio de eucalipto.