A economia global deve encarar, em breve, mais um choque de oferta. Diferentemente da última vez, a pandemia não será a responsável por esse problema. Em relatório divulgado no fim de setembro, a consultoria internacional Hedgepoint Global Markets avalia que essa questão surgirá no cenário internacional por causa de três fatores:
- Escassez de fertilizantes;
- Mercado de óleo apertado;
- Baixos estoques de metais.
Conforme apontado no documento elaborado pela empresa, o aumento do custo do gás natural, por exemplo, já fez com que as margens de amônia e ureia caíssem para valores negativos na Europa — continente que, desde fevereiro, é palco para o conflito entre Ucrânia e Rússia.
+ Ucrânia enviou cerca de 5,3 mi de t de produtos agrícolas sob acordo
Como resultado do alto custo do gás natural, a capacidade de produção de fertilizantes à base de nitrogênio diminuiu na região. E isso poderá ameaçar as safras de culturas como milho e trigo, por exemplo. Invadida por russos, a Ucrânia era — até o início da guerra — um dos maiores produtores de trigo do planeta.
Choque de oferta é inevitável na economia global
Diante desse cenário, o choque de oferta se torna inevitável. É o que avalia o analista de energia e macroeconomia da Hedgepoint, Heitor Paiva. Ele falou sobre o tema em entrevista ao Canal Rural. Ele participou da edição desta segunda-feira (3) do telejornal ‘Mercado & Companhia’ (vídeo acima).
“Os estoques estão apertados e a demanda deverá aumentar no quarto trimestre” — Heitor Paiva
“Estoques de metais industriais estão em níveis baixos e poderiam disparar seus preços caso a demanda da China se recupere”, comentou Paiva na ocasião da divulgação do relatório. “Uma situação semelhante ocorre com o diesel na Europa, onde os estoques estão apertados e a demanda deverá aumentar no quarto trimestre.”
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