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Economia

Interrupção de exportação de fertilizantes da Rússia é questão de tempo, diz StoneX

A Rússia é o principal fornecedor de fertilizantes ao Brasil, com cerca de 20% do volume internalizado anualmente

A interrupção do fluxo de exportação de fertilizantes russos ao Brasil, assim como para a grande maioria de outros países do mundo, é uma “questão de tempo”, avalia a consultoria StoneX.

A empresa aponta que mesmo que o país não suspenda as vendas externas, as sanções econômicas impostas à Rússia e os gargalos logísticos tendem a interromper o fluxo exportador do país.

“A situação está se deteriorando rapidamente e a guerra iniciada na semana passada pode ser mais longa e mais difícil para a Rússia do que se esperava”, diz a StoneX, em relatório enviado a clientes.

No momento, as cargas que chegam ao Brasil tratam-se de contratos fechados anteriormente e que estavam a caminho.

Ao longo desta quarta-feira (3), cresceram os rumores de que a Rússia teria suspendido as vendas de adubos ao país. Até o momento, não há confirmação pelo governo russo, nem pelo governo brasileiro do fato.

A Rússia é o principal fornecedor de adubos ao Brasil, com cerca de 20% do volume internalizado anualmente. O país é o segundo maior exportador mundial de nitrogenados e terceiro maior exportador global de fosfatados e potássicos, contribuindo com 16% dos adubos exportados no mundo.

fertilizante
Fertilizante. Foto: Sílvia Borges/ Embrapa Agropecuária Oeste

Entre os motivos apontados pela StoneX para a interrupção do fluxo exportador de adubos da Rússia ser apenas questão de tempo, a consultoria cita que as sanções econômicas já impostas são duras e colocam a Rússia em situação semelhante àquela em que Belarus se encontra desde o início de dezembro do ano passado, em dificuldade de negociar e realizar pagamentos com player externos.

“A exclusão da Rússia da Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (Swift, na sigla em inglês) pode dificultar ainda mais suas exportações”, avalia a StoneX.

Outro fato relacionado às questões financeiras é o congelamento de parte das reservas do Banco Central da Rússia, que poderia auxiliar as empresas no fluxo comercial.

Outro ponto preocupante citado pela consultoria são os gargalos logísticos, decorrentes do conflito bélico.

“Os problemas de logística já estão afetando em cheio os embarques de fertilizantes de origem russa pois o Mar Negro, perto da região do conflito, já é considerado zona de guerra. Uma parte expressiva da exportação russa é escoada pelo Mar Negro”, comenta a StoneX.

Grande parte das seguradoras internacionais não está mais assegurando as cargas de navios que circulam pela região por ser considerada zona de guerra em virtude do risco de as embarcações serem atingidas por mísseis ou até mesmo sequestradas, além disso, as próprias transportadoras marítimas não querem frequentar a região por risco de segurança.

A StoneX avalia também que o aumento dos preços em todo o complexo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) será inevitável, caso as sanções internacionais bloqueiem parte significativa das exportações russas de adubos.

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