Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Economia

Lockdown na China pode frear exportações brasileiras neste ano, aponta FGV

O lockdown adotado pela China para tentar conter a disseminação da covid-19 pode reduzir o ritmo de crescimento das exportações brasileiras

O lockdown adotado pela China para tentar conter a disseminação da covid-19 pode reduzir o ritmo de crescimento das exportações brasileiras neste ano, mas não impedirá que o país asiático impulsione o superávit comercial brasileiro, segundo os dados do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta quarta-feira (18), pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

De janeiro a abril de 2022, as exportações brasileiras cresceram, em valores, 24,1% ante o mesmo período de 2021. As importações avançaram 27,6%.

china
Foto: XINHUA

Em volume, as exportações brasileiras tiveram expansão de 3,5% de janeiro a abril de 2022 ante janeiro a abril de 2021, enquanto as importações encolheram 3,5%.

A diferença é explicada pelos aumentos de preços ocorridos no período: os preços das exportações subiram 19,6% de janeiro a abril, enquanto os das importações saltaram 32,2%.

“O lockdown adotado pela China para conter a pandemia ajuda a intensificar as pressões inflacionárias no mundo. Ao mesmo tempo, a redução do crescimento da China pode reduzir o crescimento das exportações brasileiras, mas não a ponto de ser observada uma queda nas vendas externas para esse país, em valor. A China continuará a liderar a contribuição para o superávit comercial do Brasil”, previu a FGV, na nota do Icomex.

“Além da guerra na Ucrânia, o novo lockdown na China, como medida para conter a propagação da covid-19, veio a intensificar os gargalos que ainda não tinham sido superados nas cadeias de suprimento globais, levando a novas pressões inflacionárias”, completou.

Entre os meses de abril de 2021 e 2022, as exportações brasileiras, em valor, cresceram 10,7%, e as importações, 29%. Nas importações, o avanço é explicado por um salto de 35,4% nos preços, enquanto o volume caiu 5%. Nas exportações, os preços subiram 21,1%, e o volume recuou 9%.

“Logo, tanto nas exportações como nas importações, houve redução do comércio em volume e aumento de preços”, apontou a FGV.

O relatório do Icomex menciona que, passado o choque inicial provocado pela pandemia do novo coronavírus, os preços internacionais engataram uma escalada de aumentos, no início de 2021, impulsionados pela recuperação da demanda mundial.

“Para o Brasil, o aumento do PIB da China em 8,1%, puxando a demanda por commodities, levou a uma trajetória de variações crescentes internanuais mensais, com os preços de exportações crescendo acima dos preços dos importados”, lembrou a FGV. “Esse comportamento muda a partir do final de 2021 e as variações nos preços importados superam as das exportações.”

O atual lockdown na China pode levar a uma desaceleração do crescimento econômico do país asiático, contribuindo para a queda nos preços internacionais. Por outro lado, os novos problemas de oferta nas cadeias de suprimento e em canais de logística “sugerem que esse resultado não deverá ser imediato e deverá ser pouco relevante para esse ano”.

“Fica, porém, o efeito de redução da demanda para as commodities, que acompanham o nível de atividade econômica do país, como o minério de ferro. Para as exportações brasileiras não seria uma boa notícia”, ponderou a FGV.

De janeiro a abril, o volume exportado pelo Brasil à China caiu 9,6% ante o mesmo período do ano anterior. No entanto, cresceram as vendas externas com destino aos Estados Unidos (7,7%), União Europeia (10,2%) e Argentina (6,7%).

Já o volume importado da China subiu 4% de janeiro a abril, enquanto que o Brasil comprou menos dos Estados Unidos (-5,4%), União Europeia (-3,5%) e Argentina (-9,5%).

A FGV lembra que o Brasil exportou menos minério de ferro para a China, mas que os chineses aumentaram as compras de carne bovina.

“Mesmo com a retração do crescimento chinês, o país deverá manter a sua posição de liderança no comércio exterior brasileiro”, previu o relatório do Icomex.

Sair da versão mobile