O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (17), que a Argentina está no caminho da miséria, diante da crise econômica que assola o país. Segundo Guedes, a América Latina está “desmanchando” com as eleições de presidentes de esquerda. As declarações foram feitas durante o Tag Summit 2022.
“A Argentina está no caminho da Venezuela, no caminho da miséria”, afirmou. O ministro brasileiro usou esse exemplo para afirmar que acredita que o governo federal está promovendo uma transformação, chamada por ele de caminho da prosperidade.
Guedes ainda declarou que o governo precisou abandonar as reformas durante a pandemia, mas retomará o projeto se o presidente Jair Bolsonaro (PL) for reeleito.
“Hoje está todo mundo tranquilo, saímos do inferno” — Paulo Guedes
“Se a gente tivesse conseguido somente levantar o Brasil após a pandemia já seria satisfatório. Hoje está todo mundo tranquilo, saímos do inferno. Fizemos várias reformas constitucionais que nos ajudam a combater futuras crises. Temos mecanismos para enfrentar outras pandemias. Com previsão de trava de gastos, nenhuma crise fiscal dura mais de um ano e meio”, disse.
Paulo Guedes projeta taxa de desemprego
O titular do Ministério da Economia também voltou a prever que a recuperação da economia será maior do que a esperada e a taxa de desemprego chegará a 8% no fim do ano.
Governo argentino anuncia aumento de tarifas de água, eletricidade e gás
As críticas de Paulo Guedes foram feitas em meio a mudanças de estratégias econômicas no país vizinho. Nesta semana, o governo argentino anunciou uma série de reajustes em itens subsidiados no país, o que é conhecido localmente como “tarifazo”.
Com o anunciado reajuste, as contas de água, eletricidade e gás estão entre os elementos afetados, em um movimento que era esperado há algum tempo e que faz parte do contexto das negociações do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Este plano de atualização de tarifas é muito importante em termos fiscais” — Flávia Royón
O anúncio foi feito pela secretária da Energia da Argentina, Flávia Royón. Segundo ela, o país possui atualmente 4,5 milhões de lares sendo beneficiados pelos subsídios para eletricidade e 3,5 milhões no programa para o gás. “Este plano de atualização de tarifas é muito importante em termos fiscais, mas é também um plano de distribuição de subsídios muito mais justo”, afirmou.
A alta nas contas chegará a até 150%, e coloca pressão no novo ministro da Economia, Sérgio Massa, que enfrenta um inflação de 70% na comparação anual e que é projetada para atingir 90% até o fim de 2022.
A presidente da AySA, companhia responsável pelo fornecimento de água, Malena Galmarini, reforçou Royón, e disse que não há um “aumento de tarifa, mas a redistribuição de subsídios”.
Parte dos lares seguirá contando com benefícios, algo que levará em conta a renda de cada família. Os cortes passarão a ser aplicados dentro dos próximos meses, de forma gradual. A retirada dos subsídios é vista como essencial para a redução do déficit primário que faz parte do acordo com o FMI.