Internacional

Sanções à Rússia prejudicam países em desenvolvimento, defende Itamaraty

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, as sanções prejudicam os países em desenvolvimento em adquirirem insumos

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, criticou hoje (18) as sanções econômicas aplicadas à Rússia, em razão do conflito com a Ucrânia. De acordo com o chanceler, a posição do governo brasileiro é de que as sanções unilaterais agravam os efeitos econômicos do conflito e afetam países em desenvolvimento, dependentes das importações de alimentos e de outros insumos básicos.

“As sanções impostas agravam os efeitos econômicos do conflito e geram um impacto cada vez mais evidente sobre as cadeias de suprimentos de produtos essenciais. As sanções impostas buscam preservar os interesses imediatos de um pequeno grupo de países prejudicando, ao mesmo tempo, a larga maioria da comunidade internacional, sobretudo no mundo em desenvolvimento”, disse França durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados para debater as ações da pasta.

Segundo o ministro, as sanções afetam a capacidade de vários países de adquirir insumos e produtos necessários para a segurança alimentar, no mercado internacional. França disse ainda que muitos países em desenvolvimento têm implementado medidas, em paralelo, para bloquear a exportação de produtos por receio de desabastecimento dos mercados domésticos. Para ele, isso tem gerado incertezas, como a dificuldade do Brasil em importar fertilizantes, por exemplo.

“Por todos os continentes vemos países sobretudo e desenvolvimento e alguns muito pobres sofrerem dificuldades crescentes, não apenas de importação de gêneros essenciais, mas também da exportação de produtos nos quais são competitivos, tudo isso em decorrência das restrições hoje em vigor no sistema internacional de pagamentos, por conta das sanções”, disse França. “Nossa prioridade é assegurar o fornecimento contínuo de fertilizantes para a nossa produção agrícola”, acrescentou.