COMÉRCIO INTERNACIONAL

Trump espera conversar com China em breve, mas ameaça elevar tarifas

Pequim 'pode ser forçada' a impor medidas de retaliação aos EUA, diz enviado da China na ONU

Donald Trump, EUA, Estados Unidos
Foto: The White House/ Tia Dufour

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse a repórteres nesta segunda-feira (3) que espera conversar com a China nas próximas 24 horas para tratar das tarifas a importações, segundo relatado por veículos da imprensa estrangeira.

De acordo com a CNBC, Trump comentou que, se não houver acordo entre as duas maiores economias do planeta, os norte-americanos poderão aumentar as tarifas aplicadas aos produtos chineses.

O republicano afirmou também que não descarta tarifas a nenhum país.

Já a CNN revelou que Trump assinou um decreto executivo que prevê a criação de um fundo soberano dos EUA.

Resposta da China

O enviado da China na Organização das Nações Unidas (ONU), Fu Cong, afirmou que Pequim “pode ser forçada” a adotar medidas de retaliação contra os Estados Unidos caso as tarifas prometidas por Donald Trump sejam aplicadas.

“A China se opõe firmemente ao aumento injustificado de tarifas pela administração Trump”, declarou Cong em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira.

O diplomata enfatizou que “não existem vencedores em uma guerra comercial” e informou que a China deve apresentar, em breve, uma reclamação contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Trump justificou a imposição das tarifas como uma resposta ao tráfico de fentanil, mas Cong rebateu a acusação: “Os EUA deveriam olhar para seus próprios problemas com o fentanil em vez de transferir a culpa para os outros.”

Apesar das tensões, Fu Cong defendeu o diálogo entre os dois países e destacou que China e Estados Unidos “têm muito em comum” e podem “trabalhar juntos em várias questões”. “Espero que, apesar da retórica dos políticos americanos, os EUA e a China possam adotar uma abordagem construtiva e profissional no trabalho da ONU, pois há muito em jogo”, acrescentou.

Ele também abordou o impacto da inteligência artificial (IA) e alertou que a falta de cooperação pode trazer riscos. Segundo ele, a fragmentação tecnológica apenas aumenta ameaças e reduz os benefícios da inovação.