Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Diversos

Bananas da Embrapa são testadas na Colômbia contra fungo que ameaça cultura

Mudas 'in vitro' de variedades de bananeira foram enviadas para testes contra fungo que é considerado o mais destrutivo da cultura

Com o objetivo de analisar fundo em bananas, a Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), enviou para Colômbia mudas in vitro de unidades de bananeira. O objetivo é fazer testes para detectar a presença da raça 4 tropical do fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense, responsável pela murcha de Fusarium, a doença mais destrutiva da cultura, ainda sem controle definitivo e presente no país desde 2019.

Além das variedades de banana BRS Princesa (tipo Maçã) e BRS Platina (tipo prata), foram enviados também diplóides melhorados de bananeira, parentes ancestrais das variedades atuais, que são utilizados em cruzamentos visando desenvolver novas cultivares comerciais da fruta. 

Segundo a Embrapa, o material foi plantado na estação quarentenária do Instituto Agropecuário Colombiano (ICA), onde vai permanecer por até seis meses para confirmar a ausência de fungos, bactérias, vírus e nematóides existentes no país de origem. Depois dessa quarentena, vão seguir para teste em casa de vegetação para verificar a possível resistência à R4T.

mudas de bananeiras, bananas
Mudas de bananeira in vitro. Foto: AgroSavia

O pesquisador Edson Perito Amorim, líder do Programa de Melhoramento Genético de Banana e Plátano da Embrapa, explica que, “A Colômbia é um grande exportador de banana tipo Maçã, em especial para os Estados Unidos. Eles querem testar a BRS Princesa para esse mercado, já que o fusarium tem limitado a produção da cultivar Maçã no país”.

A atividade integra o convênio de pesquisa entre Embrapa, a Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria (Corporação Colombiana de Pesquisa Agropecuária), AgroSavia e a Asociación de Bananeros de Colombia (Associação de Produtores de Banana da Colômbia), Augura, entidade sem fins lucrativos que reúne, desde 1963, produtores e comerciantes de banana de Antioquia e Magdalena, áreas que produzem a fruta para os mercados internacionais.

“Este trabalho é parte fundamental da estratégia de melhoramento preventivo que estamos executando na Embrapa. Nosso germoplasma foi para um país onde a doença está presente e onde temos um projeto. Então, poderemos saber, dentro de pouco tempo, se temos genótipos resistentes à raça 4, fechando o ciclo do melhoramento. O envio da BRS Princesa e da BRS Platina também é muito importante para o Brasil, pois demonstrariam resistência a uma doença que pode adentrar nossas fronteiras”, afirma.

O objetivo desses testes é orientar a Embrapa no uso de diploides resistentes em seus cruzamentos, de forma a permitir o desenvolvimento de cultivares comerciais resistentes, em especial do tipo prata, o mais plantado no Brasil.

Fungo nas bananas

O fungo pode entrar por diferentes vias e contaminar as bananas: solo contaminado carregado em sapatos, ferramentas, mudas de bananeira (visivelmente sadias, mas infectadas) e plantas ornamentais, que podem também ser hospedeiras.

As pesquisas já desenvolvidas pela Embrapa nas áreas de melhoramento genético e de manejo da doença em relação às raças existentes no Brasil são um marco referencial para o combate de um eventual surto de R4T no país. A Embrapa monitora as populações do patógeno existentes no território brasileiro, o que auxiliará na seleção e na recomendação de variedades e até numa detecção oportuna de um foco.

A doença que afeta plantações de banandas já ocorre na Austrália, Filipinas, Malásia, Indonésia, Taiwan, China, Omã, Jordânia, Moçambique, Colômbia e Peru, onde o foco foi identificado em 2020. A presença da praga em dois países vizinhos com fortes laços de amizade e comerciais deixa o Brasil em permanente estado de alerta.

Sair da versão mobile