Com o novo contexto no mercado de crédito rural no cenário, novos desafios e oportunidades surgem dentro e fora da porteira. O diretor de operação da Agtech Creditres, Daniel Latorraca, explica que existem muitas perspectivas de crescimento para o setor, e que tudo começa a se viabilizar a partir das compras.
“Houve uma grande transformação no crédito rural. Antigamente era muito focado em ir ao banco para pegar o recurso oficial do governo ou ir para a revenda. De lá pra cá, os bancos e o sistema financeiro começaram a olhar com mais estratégia para o setor. Assim, houve uma reestruturação nos bancos para atender o agronegócio. Agora novas opções estão vindo e já é possível fazer o crédito em real ou dólar. Essa nova forma está começando a ficar mais importante”, afirma Latorraca.
O crédito rural digital é o tema do Estúdio Rural desta semana.
Diferentes tipos de recursos
Atualmente os recursos oficiais, que possuem taxa de juros mais controladas, têm tido uma participação cada vez menor. Durante a safra de soja 2022/23, segundo dados do “Funding Soja” divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), custou cerca de 58 bilhões de reais no estado.
Desse total, apenas 2,5% foram custeados com recursos oficiais. Isso aponta que o produtor rural está cada vez mais utilizando o capital próprio, ou recorrendo a outras fontes de financiamento. Latorraca comenta que existem três fatores que aumentam a procura por esse tipo de capital.
“O ano passado foi atípico e com relação a esses dados do Imea, eu consigo fazer uma análise de mercado. Existem três fatores que explicam o aumento do capital próprio. O primeiro é uma boa colheita e bons preços. O segundo é um movimento, nem tanto positivo, que é a garantia de custeios e por último, a busca de novas estratégias”, pontua.
Com mais pessoas buscando recursos para o agronegócio, uma ampla oferta surge no mercado. E novos participantes aparecem buscando parcerias para para esse modelo de mercado. Segundo Latorraca, a Creditares cresceu com a intenção de transformar a jornada do produtor e auxiliar nessa caminhada, para que o financiador tenha condições de colocar crédito.
“Costumo falar que pela primeira vez nós temos dois setores super competitivos mundialmente se juntando. Os bancos e o agronegócio. Hoje em dia não falta dinheiro no mercado, o que falta é a melhor conexão do dinheiro adicional e o produtor rural porque se tem uma transformação no sistema financeiro, o arcabouço jurídico ainda não mudou”, frisa Latorraca.
Exigência para o produtor
Hoje em dia o produtor busca captar o recurso e propostas onde ele já possui um bom relacionamento. Com um trâmite mais demorado, muitas vezes acaba sendo inviável para o produtor. “Existem bancos que pedem os ativos, saldos, contas a pagar, a receber e até os passivos. Esse é um processo mais complexo e moroso. Muitas vezes pode até inviabilizar o processo”, explica Latorraca.
Para facilitar esse processo, a Creditares desenvolveu uma plataforma tecnológica chamada ‘Agro Open Bank’. Ela é capaz de oferecer esses serviços ao produtor sem burocracia e com cadastro único.
“É um app gratuito para o produtor e com a autorização dele, é puxado as informações de imóveis próprios, endividamento bancário e não bancário e o check-list socioambiental. Se o produtor quiser a opção de cinco bancos, e a Creditares faz essa ponte com mais de 20 instituições, ele tem em um único lugar pronto as propostas de crédito. O processo pode ser acelerado em até três vezes”, afirma.
A ideia é fazer com que o produtor ganhe tempo, tenha um atendimento transparente e tenha mais opções sem sair das fazendas. Os parceiros desse novo sistema são bancos de varejo, atacados e os fundos.
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