Depois de atingir o maior valor em julho do ano passado, o preço pago ao produtor pelo litro do leite em Mato Grosso segue em queda. A desvalorização acumulada já passa de 26,4% e vem desestimulando a atividade no estado.
Em seis meses, conforme levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o litro do leite pago ao produtor caiu de uma média de R$ 3,06 para R$ 2,25.
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite-MT), Dolor Vilela de Figueiredo Neto, dois fatores distintos levam para o recuo do preço do litro pago ao produtor.
Um deles é o baixo consumo entre os meses de julho e setembro. Já entre outubro e dezembro o início do período das águas que proporciona melhora na pastagem e, consequentemente, um aumento na produção de leite.
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Somente no mês de novembro, cuja captação é paga em dezembro aos produtores, houve um incremento de 20,7% na captação de leite comparado ao mês de outubro. Fato este que levou o preço do litro do leite pago ao produtor recuar cerca de 14,4%.
O cenário visto na atividade, segundo a Aproleite-MT, deve se repetir no mês de janeiro, quando o produtor receberá o valor pelo leite captado no mês de dezembro do ano passado. O preço de referência aponta em uma queda em mais R$ 0,10 pelo litro do leite pago ao produtor, pontua o Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite em Mato Grosso (Conseleite-MT).
Custo de produção segue no sentido oposto
Na contramão do preço do litro pago ao produtor, o custo de produção apresentou alta no período entre julho e dezembro de 2022.
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Somente com o milho o produtor, na relação de troca, precisava em julho de pouco menos de 21 litros de leite para adquirir uma saca de 60 quilos, enquanto no final do ano passado fechou em mais de 28,7 litros necessários para comprar a mesma quantidade de cereal. Um aumento no custo de 37%.
No caso do farelo de soja para comprar uma tonelada, o produtor precisava em julho cerca de 790 litros de leite e em dezembro mais de um mil litros eram necessários.
Falta de políticas auxiliam para desestimulo da atividade
Conforme o comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, Mato Grosso é um estado continental e possui uma característica diferente de estados com maior produção e com laticínios próximos.
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“Essas oscilações dentro do nosso continente Brasil você tinha que ter políticas que fizessem com que nessa perenidade da produção se mantivessem os preços. É evidente que, enquanto o Brasil não definir o que ele quer com a agropecuária, não existe uma estratégia de segurança alimentar para a agropecuária. O Brasil você planta, produz leite e o risco é seu”.
Confira o comentário de Miguel Daoud:
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