Novembro de 2022 será a última vez em que pecuaristas de Mato Grosso irão imunizar o seu rebanho com a vacina contra a febre aftosa. A partir de 2023 o estado passa a ter o status de livre da doença sem a imunização. Tal status sanitário, segundo especialistas, é o melhor do mundo.
Mato Grosso está livre da doença com vacinação há 26 anos e conta com um rebanho bovino superior a 32 milhões de cabeças. Com a retirada da mesma, o produtor rural passa a ter um papel ainda mais fundamental: o de vigilante.
“Nós não vamos tirar a vacina só por tirar. A gente vai substituir o modelo de acompanhamento. Ao invés de vacinar, nós vamos fazer um trabalho de vigilância. Quando se fala em vigilância é você estar realmente ali presente no dia a dia. E, isso é uma grande evolução”, comenta o diretor-técnico do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Renan Tomazele, em entrevista ao Estúdio Rural deste sábado (24).
A retirada da vacina e os cuidados para evitar que o vírus volte a surgir foram debatidos no 5º Fórum Estadual de Vigilância para a Febre Aftosa, em Cuiabá, na manhã de quinta-feira (22). De acordo com o diretor-técnico do Indea-MT, o evento teve como objetivo tirar todas as dúvidas que ainda existiam sobre a retirada da vacina.
“É o melhor status sanitário do mundo você ser livre sem a vacinação”, salienta.
Pecuarista é o protagonista contra a aftosa
Tomazele explica que existem duas formas de vigilância: Ativa e Passiva. A vigilância ativa é a realizada pelo Indea-MT, no qual ele comparece às propriedades rurais, vistoria, conversa e orienta os produtores. Já a vigilância passiva o protagonista é o produtor rural. Hoje, o estado conta com mais de 100 mil propriedades rurais com bovinos.
“É a melhor forma de identificar algum foco. É ele olhando para o seu rebanho e levar a informação para o Indea-MT”.
Outro ponto lembrado pelo diretor-técnico do Indea-MT, e que também foi destacado durante o no 5º Fórum Estadual de Vigilância para a Febre Aftosa, é o fato de o produtor rural não poder esquecer das demais doenças que podem acometer o rebanho e que ainda necessitam da imunização, como é o caso da brucelose.
Soja e milho sob vigilância constante
Além da pecuária, a agricultura também está sob vigilância constante do Indea-MT. Somente em 2022 mais de oito mil propriedades rurais produtoras de soja foram fiscalizadas visando a ferrugem asiática. Destas mais de cinco mil somente durante o período do vazio sanitário.
“Nós tivemos em torno de 47 autos de infração. Você ter 11 milhões de hectares e ter só 47 problemas, considerando o ano passado que foram 75, melhorou muito. O produtor está mais consciente dessa medida fitossanitária”.
Sobre a situação preocupante do milho tiguera, Tomazele destaca que o Indea-MT está acompanhando a situação de perto. Até o momento cerca de 1,7 mil fiscalizações foram realizadas sobre o tema.
“Hoje estamos vendo que precisamos trabalhar isso no manejo da cultura do milho. O produtor precisa entender a importância desse controle, trabalhar variedades mais resistentes e fazer o controle do vetor. Dá para trabalhar o enfezamento, o vetor da cigarrinha dentro da nossa forma de condução por enquanto, sem precisar do vazio”.
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