Uma das culturas que mais sofre com a restrição hídrica, o milho terá área menor na safra 23/24 no Oeste da Bahia. A queda de 38% em relação ao ano anterior mostra que o grão perdeu espaço para a soja e para o sorgo nesta temporada.
De acordo com o Boletim da Safra divulgado semanalmente pela Associação de Agricultores e Irrigantes do estado, a Aiba, 64% da área total de 135 mil hectares de milho já foram plantados para a safra de verão. No ano passado, a área foi de 180 mil hectares.
“Acabamos optando por tirar o milho da nossa grade de plantio, que foi substituído pela soja”, conta o produtor Leandro Kohn, de Luís Eduardo Magalhães.
A perda de espaço é uma tentativa dos produtores de minimizar os riscos em ano de El Niño. Na avaliação do produtor, em caso de condições climáticas extremas de seca, a soja tem chance melhor de obter bons resultados do que o milho.
“Tivemos também problemas fitossanitários no ano passado, com as cigarrinhas. A questão do preço e custo de produção também impactaram”.
Aloísio Júnior, gerente de agronegócio da Aiba.
Sorgo é alternativa
Os agricultores do estado encontraram no sorgo a alternativa ideal para a rotação de culturas. Nesta safra, o cultivo do cereal será feito em 190 mil hectares, o que representa uma alta de 12% em relação ao último ciclo.
A chegada de indústrias de transformação do milho e produção de biocombustíveis na região pode ser mais uma opção para solucionar os problemas em relação ao grão, como defende o presidente da Cooperfarms, Marcelino Kuhnen.
“Estamos trabalhando dentro da cooperativa para que a gente tenha uma usina de etanol de milho e sorgo. Queremos trazer esse investimento para que o milho tenha de novo a sua importância”, destaca Kuhnen.
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