A Bahia é um estado diverso, com diversas oportunidades na produção agropecuária. O estado está agora em processo de ampliação da produção de alimentos para o setor da agroindústria, um movimento que gera valor para os médios e pequenos produtores e renda para todo o estado.
O produtor Edinaldo Ferreira começou sua indústria na cidade de Angical há alguns anos. No início, a produção era pequena, com apenas ele e sua esposa trabalhando. Agora, eles produzem de 100 a 120 queijos por dia e recentemente construíram um segundo laticínio, onde processam até 1.200 litros de leite diariamente e produzem outros derivados, como manteiga e doce de leite.
Ferreira recebe apoio do Senar para impulsionar sua indústria agropecuária em Angical. Através do programa ATeG, o Senar oferece assistência técnica e gerencial a mais de 130 pequenas indústrias do estado, visando não apenas o aumento da produção, mas também o sucesso financeiro dos produtores. Com a ajuda do consultor técnico Givanildo Filho, muitos produtores agora estão obtendo lucro em suas atividades, permitindo que alcancem novos patamares de sucesso.
“Nós tínhamos excelentes produtores, porém muitos deles não ganhavam dinheiro. A partir de agora a gente consegue enxergar que esses produtores, tendo lucro na sua atividade, conseguem chegar ainda mais longe”, conta o consultor técnico do Senar, Givanildo Filho.
De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Feab), Humberto Miranda, a descentralização do processo de certificação dos produtos de origem animal é fundamental para incentivar a agroindustrialização na Bahia.
Agora, os consórcios intermunicipais autorizados pelo Ministério da Agricultura (Mapa) através do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) estão aptos a certificar e liberar a atuação das indústrias de pequeno porte, o que é benéfico para a economia local.
“A ação consorciada vai sem dúvida ser um divisor de águas”, garante Miranda. Ainda segundo ele, o modelo de assistência técnica às agroindústrias do Senar está acontecendo, na maioria das vezes, em parceria com os consórcios municipais. “Nos pequenos municípios consorciados é mais fácil a regulamentação dos pequenos negócios”, afirma o presidente.
A região Oeste da Bahia já possui duas autorizações destinadas à comercialização de ovos caipira e ao processamento de mel, e juntas elas geram um faturamento anual de R$14 milhões, segundo o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras, David Schmidt.
Ele ressalta que a liberação dos SIMs não só impulsionou a produção dos pequenos produtores, mas também permitiu que eles coloquem seus produtos em prateleiras de supermercados renomados em todo o Brasil. O Sindicato espera que, até o final do ano, esses produtos sejam exportados para todo o país.