OURO BRANCO

Algodão baiano se destaca pela qualidade e boas práticas de manejo

Área plantada de algodão na safra 2023/24 foi de 345,4 mil ha e produção estimada em 662,8 mil toneladas

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Imagem: Maiara Luz/ Canal Rural BA

Na Bahia, segundo maior estado produtor de algodão do Brasil, a colheita segue em bom ritmo e as perspectivas são de recordes em relação para a safra 2023/2024 em relação a safra passada. A fibra baiana tem se destacado pela qualidade e boas práticas de manejo.

No campo, a beleza das plumas no horizonte, é sinal de que está no tempo de colheita do algodão baiano, que também é chamado de ouro branco do Cerrado.

Na fazenda em que o engenheiro agrônomo, Murilo Lunardo, trabalha são mais de 4.500 ha da cultura irrigada e 1.500 ha de sequeiro.

“A área total estática hoje do grupo é em torno de 25 mil hectares que a gente pode nas áreas de irrigado fazer duas safras. Nós já iniciamos nossa colheita nas áreas de sequeiro, estamos com média de 340 arrobas. Pelo ano está sendo uma média boa, estamos contentes e agora com o início da área de irrigado a gente pretende superar essa média de sequeiro e colher em torno de 350 arrobas por hectare”, conta.

Algodão baiano

Segundo maior produtor da pluma, a Bahia têm grande participação na recente conquista do Brasil, que se tornou o maior exportador do mundo, com 2,6 milhões de toneladas, desbancando os Estados Unidos.

Meta que de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), só seria batida em 2030.

Até a última semana, a colheita no estado estava em torno de 35% e com produtividade dentro da expectativa. Luiz Carlos Bergamaschi, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), conta que boa parte dessa fibra além de atender a indústria nacional, a indústria local, ele também é exportado.

“A Bahia tem contribuído para essas exportações que o Brasil tem feito nesses mercados internacionais. Nós estamos com 35% no momento da área colhida, em torno de 25% desse algodão colhido já foi beneficiado e acredito que uns 20% está sendo analisado, que é outro fator. A qualidade está boa, a produtividade está dentro daquela estimativa que nós tínhamos de 312 arrobas por hectare.”, disse Bergamaschi.

Além disso, o presidente da Abapa também enfatizou os números que esperados para esta safra: “Sei que é cedo ainda para dizer isso, mas acreditamos que a Bahia deve ficar próximo desse número, então colhendo o total, 662 mil toneladas de algodão em pluma nesta safra”, pontua.

De acordo com a Abrapa, para a safra 2023/24 no estado, a área plantada foi de 345,4 mil hectares, com produção estimada 662,8 mil toneladas e uma produtividade média que pode chegar a 1.919 kg/ha em pluma.

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Imagem: Maiara Luz/ Canal Rural BA

Representatividade no agro

O algodão é uma commodity que movimenta uma cadeia produtiva pujante no agronegócio baiano e o Dia do Algodão é um dos eventos que demonstram essa representatividade e discute o que é tendência para o mercado.

Neste ano, reuniu 1.400 participantes em uma fazenda em Barreiras. Para Bergamaschi “o algodão brasileiro, o algodão baiano conquistou isso a partir dos anos 90, com muito conhecimento, tecnologia e inovação.”.

Das fazendas, o algodão precisa chegar a uma unidade de beneficiamento. As colheitadeiras agrupam a pluma em grandes rolos que pesam cerca de 2.300 Kg.

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Imagem: Reprodução/Canal Rural BA

Na unidade acontece o trabalho de limpeza e separação das impurezas da pluma. Fernanda Zanotto, sócia administradora de uma indústria de beneficiamento localizada no povoado do Novo Paraná em Luis Eduardo Magalhães (BA), explica a capacidade do empreendimento no período de colheita.

“Hoje a capacidade atual é de beneficiar mais ou menos entre 8 mil e 10 mil hectares, é lógico que isso depende de uma produção de lavoura. Esse ano a gente vai fechar praticamente 30 mil toneladas de algodão em capulho beneficiado. Nesses 12 anos a gente passamos dos 500 mil fardinhos produzidos, beneficiados. E em razão desses aumentos de área que estão projetando, a gente vai ampliar a usina.”, disse.

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Imagem: Maiara Luz/ Canal Rural BA

Qualidade da pluma

Para manter a qualidade e atender um mercado competitivo, exigente e cada vez mais responsável, amostras da pluma são analisadas em laboratório. No Oeste da Bahia, o laboratório de análise de fibras da Abapa, verifica aspectos como espessura, comprimento, cor do fio entre outros são analisados no período de colheita.

Gerente do equipamento, Sérgio Alberto Brentano explica que o objetivo do trabalho realizado é atestar a qualidade da fibra do algodão.

“Isso tem uma grande importância para a sua comercialização e a sua valorização. Outro ponto importante também é para que o produtor possa conhecer as tecnologias que vão ser semeadas novamente nas próximas safras em relação a sua qualidade. Assim ele poder fazer uma gestão e escolher a melhor tecnologia para posteriormente ter melhores resultados.”, explica.

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Laboratório de análise de fibras da Abapa | Imagem: Maiara Luz/Canal Rural BA

Com 71,7% em áreas de sequeiro, o que corresponde a 247,6 mil hectares e 28,3% irrigado, ou seja, 97,8 mil hectares, a atual safra é vista com boas perspectivas.

De acordo com a Abrapa, o Brasil deve colher 3,7 milhões de toneladas de algodão na safra 2023/24. Uma cultura, que na simplicidade da natureza gera beleza e riqueza.

“Quando a gente chega no final da safra e colhe os resultados, é uma sensação de dever cumprido muito boa e ela para com a família dos nossos funcionários, a região, com a economia regional fluindo e você vê famílias melhorando de vida. Então assim, é muito gratificante”, finaliza o engenheiro agrônomo Murilo Lunardo.


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