O sistema de gotejamento para a irrigação foi a técnica escolhida na implantação da primeira área dedicada à produção de mirtilo no oeste da Bahia. As três mil plantas cultivadas na região recebem água e adubo de uma maneira que reduz perdas e alcança 98% de uniformidade.
O engenheiro agrônomo Rodrigo Nunes, que acompanha essa produção, conta que o sistema é um dos mais eficientes. “Ele tem um baixo custo de implantação e entrega direto na planta a nutrição, que é a fertirrigação, através da água. Além disso, aqui neste sistema, o emissor é autocompensante, ou seja, do início da linha até o final a gente tem a mesma quantidade de água”, diz.
A irrigação por microaspersão, que também tem como vantagem o controle da quantidade de água, é outra opção para a fruticultura. Em outra área do oeste baiano, dedicada ao cultivo de banana, o sistema utiliza baterias, poupando o gasto com energia elétrica que muitas vezes sequer chega em regiões mais isoladas.
“No caso específico, a gente teve uma dificuldade no plano altimétrico. Existe uma cota mais alta e uma mais baixa. Para resolver esse problema, a gente usou a irrigação por faixa, que não necessariamente tornou a irrigação mais cara”, conta o agrônomo.
O produtor Wilson Aguiar, responsável pela produção, optou pela automatização para reduzir os custos. “O sistema é programado, então não molha mais nem menos, é sempre igual. Não preciso de funcionário para operar. Isso ajuda muito em despesas, custos, além de diminuir o desperdício”, conta.
Sistemas sustentáveis na irrigação
O que funciona em uma área, contudo, nem sempre dá certo em outra. No oeste da Bahia, os especialistas defendem que existe um pacote tecnológico ideal para cada produtor, objetivo e cultura. A escolha vai depender da informação e dos recursos que o produtor tem disponíveis.
Em uma área dedicada ao plantio de capim-açu, por exemplo, o sistema de aspersão tradicional alcança um nível de 80% de uniformidade, o que garante a alta produtividade da cultura.
“Aqui o reservatório da água da piscicultura faz a irrigação, o que permite que na prática também já aconteça a fertirrigação. E este capim é a alimentação dos ovinos do produtor”, conta o agrônomo Vitor Pedreira, responsável pela área de 6 hectares.
Segundo ele, assim é demonstrada a eficiência de um sistema integrado que se torna viável ambiental e economicamente.