A colheita da soja segue avançando no oeste da Bahia. De acordo com a Associação dos Agricultores e Irrigantes do estado (Aiba), 47% da produção já foi retirada do solo. A previsão é que até a segunda quinzena de março as máquinas já tenham trabalhado em mais da metade dos 1,8 milhão de hectares da região.
Até agora, foram colhidos 890 mil hectares. A produtividade, mesmo frente aos desafios, vem se mantendo dentro no previsto na maior parte das áreas.
Exemplo disso é uma parte das lavouras do produtor Raul Jacobsen, que já foi colhida no início do mês. “A área irrigada foi plantada bem cedo, o que proporcionou uma condição muito favorável de chuva”, conta ele.
O que se observa no campo, segundo o último boletim da safra da Aiba, é que a estiagem pode ter afetado algumas lavouras pelo estado, especialmente as semeadas no final da janela de plantio, no mês de dezembro, que apresentaram alguns problemas fisiológicos na fase de enchimento de grãos.
“Nada que prejudicasse o desenvolvimento e a produtividade prevista. Também esperamos que o final de março seja mais chuvoso na região”, comenta o engenheiro agrônomo e gerente de infraestrutura da entidade, Luiz Stahlke.
Desenvolvimento da soja na região
Segundo a avaliação dos produtores, um plantio mais veloz, com uma janela mais curta, favorece o desenvolvimento da soja no Oeste baiano. “Isso reduz a incidência de doenças e conseguimos pegar um período melhor de chuvas”, opina Jacobsen.
Já o produtor Ademar Marçal deve colher em torno de 65 sacas por hectare este ciclo. Uma queda frente ao número de 73 sacas no ano passado. Para ele, a preocupação não está tão atrelada ao campo, mas sim em relação ao mercado da soja na próxima temporada. “A gente se preocupa com cenário que a gente vai ter na safra 23/24, com todo esse problema de geopolítica, macroeconomia, inflação”, afirma.