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Em Salvador, e-Agro registra crescimento de 50%, aponta balanço

Evento também marcou a concretização de parceria privada para construção de uma fazenda modelo no semiárido baiano

e-agro, em Salvador, Bahia, bate recorde de visitantes e vendas; feira agropecuária
Público na e-Agro 2024 no Centro de Convenções Salvador | Foto: Vinicius Ramos/Canal Rural BA

Após três dias, a e-Agro 2024 chegou ao fim pelo terceiro ano consecutivo em Salvador (BA), com um crescimento de 50% no número de visitantes, de acordo com balanço parcial divulgado pela organização do evento no último sábado (9).

A feira de inovação e tecnologia agropecuária foi protagonista na cidade. A proposta, da e-Agro, foi de aproximar o público de um grande centro urbano às inovações do campo.

Curiosidades, sabores, bebidas, artesanatos e negócios, dentre outros produtos. Esse café gourmet de Ibicoara, na Chapada Diamantina, foi um dos atrativos no estande da Federação de Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), organizadora do evento, em parceria com o Sebrae Bahia.

O cafeicultor Douglas Fagundes explica a diferença do gourmet para o tradicional. Segundo ele “é um café que você tem total controle, tanto na colheita, como na pós-colheita, no armazenamento, no re-beneficiamento do café, na torra”.

Foto: Vinicius Ramos/Canal Rural BA

“A torra é muito importante na qualidade final do produto. já os cafés tradicionais, não”, explica Fagundes que trabalhava com turismo ecológico na Chapada e agora se dedica também ao turismo rural.

A engenheira agrônoma, Isabela Alves, aprovou a bebida e reconheceu a diferença. “Achei sensacional, tanto em aroma e sabor, totalmente diferente do que a gente encontra no mercado, né? quando a gente vai provar um café, você vê muito torrado, muitas vezes pra mascarar as impurezas que vêm no café. e esse não, você vê qualidade, você vê um sabor sem igual”, disse.

Fruticultura em destaque

Na fruticultura, manga, cacau, laranja, banana e uma graviola de aproximadamente 10 quilos que chamou a atenção dos visitantes.

O fruticultor, Mailton Souza Costa, explicou o que faz a fruta ficar tão grande. “Principalmente o trato cultural, que é a poda da planta, fazer a poda para poder forçar a emissão de fruto. Aí após a poda, a gente faz a adubação, que é a indução de florada. Após essa indução de inflorada, a gente faz a polinização, que é um processo artificial, feito manual. Após a polinização, vira o fruto, a gente já faz o ensacamento e entra com um pacote de nutrição para fazer esse fruto crescer e ficar do tamanho daquela fruta que você viu ali, mas a gente já até colhe frutos maiores”, explica.

Graviola chamou atenção por tamanho | Foto: Vinicius Ramos/Canal Rural BA

Mailton disse ainda que o preço atual em média é de R$ 10,00 o quilo. No estado que é líder nacional na produção de manga, outra atração aos olhares do público, foi a manga de colher.

O produto têm menos fibras do que as variedades tradicionais Palmer e Tommy. “A manga Keitt e Kent, são duas variedades muito conhecidas e consumidas na Europa e que agora estamos com a meta, o intuito, de crescer no mercado interno, justamente por isso estamos aqui hoje, tendo essa experiência em Salvador com o público da Bahia. Elas têm um diferencial: são mangas sem fibras, que nós fazemos o marketing para comer de colher”, explica Lucas José, coordenador de Marketing da Agrodan.

Fazenda modelo

Outra novidade apresentada durante o evento é o projeto de uma fazenda modelo na região de Jacobina, no semiárido baiano.

De acordo com Humberto Miranda, presidente do Sistema Faeb/Senar, o investimento é de cerca de R$ 2 milhões numa fazenda que vem com características de alta tecnologia, com medição de captação de carbono, com recuperação de solo, com produtos originários da mata nativa, com previsão de construção em 2025 e operação em 2026.

“É um centro tecnológico chamado sertão verde, uma fazenda regenerativa, um modelo de pecuária de corte, onde vai se colocar todas as medidas tecnológicas hoje mais modernas, desde o ponto de vista da nutrição animal, da sanidade, do preparo do solo, da regeneração do solo, que está sendo feita uma grande parceria de cinco grandes empresas que vai estar se materializando numa relação de negócios para ser colocado esse grande projeto aqui na Bahia, como pioneiro de todo o Norte e Nordeste brasileiro”, disse o presidente da Faeb.

Intercâmbio de pequenos produtores

Neste ano, a organização do evento trouxe cerca de 600 produtores, de 60 municípios baianos, para troca de experiências e conhecimento técnico.

Alguns, inclusive, para a venda de produtos que são feitos no campo como o queijeiro, Sergio Lopes, que participa do evento pela segunda vez.

“Superou o ano passado pra gente. Agradecer muito a organização que foi fundamental pra gente estar aqui hoje, mostrando o trabalho da gente. Temos produtos que vencedores de prêmios a nível nacional e internacional e hoje a gente veio na feira oferecer para os clientes que aprovaram e eu vendi todos os meus produtos”, conta Lopes.

O queijeiro Sergio Lopes vendeu todos os produtos | Foto: Vinicius Ramos/Canal Rural BA

Além das degustações e vendas de produtos da agricultura familiar, muitas palestras e informações para os visitantes, num setor cada vez mais tecnológico e com produção cada vez mais sustentável.

O ex-ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, disse que para que o país acesse novos mercados, é preciso mostrar “o quão sustentável é a nossa agricultura” e que o país “pode produzir comida, pode produzir fibras, pode produzir energia, tudo isso junto protegendo o meio ambiente.

De acordo com o primeiro balanço divulgado pela organização da feira, a e-Agro superou as expectativas de público, que foi 50% maior que a edição anterior.

Já nas vendas o balanço parcial aponta que o evento pode fechar com um crescimento de cerca de 60%.

Para Franklin Santos, diretor técnico do Sebrae Bahia, os resultados superaram as expectativas.

“Os resultados foram espetaculares, tanto no número de participantes, nós já temos agora mais de 9 mil visitantes nesses três dias. Iso é um aumento de 50% em relação ao ano anterior, mas também de negócios gerados, das vendas, de comercialização dos expositores. Então, estamos muitíssimos felizes com o resultado e já com esperança de o que a gente vai precisar fazer para melhorar ainda mais no próximo ano”, disse.


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