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MONILÍASE DO CACAUEIRO

Estados produtores de cacau elaboram recomendações ao Mapa

Praga está presente no Equador, Colômbia, Venezuela e Bolívia e provoca sérios danos ao cacau e cupuaçu

Representantes dos estados produtores de cacau, Bahia, Pará e Espírito Santo se reuniram em Salvador (BA) nesta segunda-feira (17) e elaboraram um protocolo de intenções e uma carta que deve ser entregue ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para monitoramento e combate da monilíase do cacaueiro, que representa sério risco a cultura do cacau e cupuaçu.

Os documentos foram assinados pelos secretários da agricultura da Bahia, Wallison Tum, do Pará, Giovanny Queiroz, e do Espírito Santo, Enio Bergoli, além do secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia, Osni Cardoso.

De acordo com a Seagri, Bahia, Pará e Espírito Santo são os estados da federação que mais produzem cacau. Somados, são responsáveis por mais de 97% da produção de amêndoa, movimentando R$ 23 bilhões por ano, sendo fonte de renda para milhares de agricultores familiares. 

Foto: Divulgação/Seagri

De acordo com o Mapa, na América do Sul, a monilíase do cacaueiro está presente no Equador, Colômbia, Venezuela e Bolívia e provoca sérios danos ao cacau e também ao cupuaçu.

As perdas podem comprometer em até 100% de uma produção por conta da facilidade de dispersão do fungo moniliophthora roreri nas lavouras.

“Estamos falando do cacau do Brasil, que pode estar em risco por conta de uma nova praga. Uma praga já conhecida e que, com união e muito trabalho, podemos manter longe de nossas plantações, garantindo a produção de uma amêndoa de qualidade, aceita no mundo todo, e livre de pragas”, afirmou o titular da Seagri, Wallison Tum.

Barreiras sanitárias

Além disso, a carta destaca ainda a necessidade de criação de barreiras sanitárias para impedir a entrada da doença nas zonas produtoras, fortalecimento dos laboratórios oficiais e/ou credenciados para diagnóstico precoce.

Também recomendaram ao Mapa, a realização de campanha de comunicação para orientar os produtores, investimentos em pesquisas e no desenvolvimento de mudas resistentes à doença, entre outras medidas.

Para o secretário da agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, a preservação das lavouras de cacau vai além da questão econômica e perpassa por dilemas sociais e de meio ambiente.

“Na Bahia, Pará ou Espírito Santo, a grande maioria dos cacauicultores vem da agricultura familiar, que planta ao mesmo tempo que preserva a mata. E eles podem ver seu sustento evaporar, como ocorreu na crise da vassoura de bruxa e não dá só pra assistir de novo”, pontuou o secretário da agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli.


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