BRASIL NA COP28

Governadores do Nordeste propõem fundo para preservação da Caatinga

Ideia das autoridades nordestinas é criar um fundo similar ao Fundo da Amazônia, proposto na COP12 e instaurado em 2008

Governadores do Nordeste propõem fundo para preservação da Caatinga na COP28
Foto: Daniel Senna/GOVBA

Os governadores dos estados do Nordeste, Jerônimo Rodrigues, da Bahia, Raquel Lyra, Pernambuco e Elmano de Freitas, do Ceará, participaram no último domingo (3), de um painel na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), na defesa do bioma da Caatinga.

O mais importante evento de debate sobre a situação climática do planeta, acontece até a próxima terça-feira (12), nos Emirados Árabes.

Em seu último dia na COP28, Jerônimo Rodrigues disse foi enviado ao governo federal do Brasil uma proposta para criação do Fundo da Caatinga.

“A Caatinga precisa ocupar o seu espaço na construção das políticas públicas de preservação no Brasil. Colocamos à mesa do governo federal uma proposta para a criação do Fundo da Caatinga, um instrumento que vai, entre outras coisas, permitir o financiamento de ações para prevenir desmatamento, promover revegetação, educação ambiental e sustentabilidade, por exemplo”, explicou o governador da Bahia.

Governadores do Nordeste propõem fundo para preservação da Caatinga na COP28
Foto: Daniel Senna/GOVBA

De acordo com o governo da Bahia, a ideia dos governadores do Nordeste é criar um fundo similar ao Fundo da Amazônia, proposto na COP12 e instaurado em 2008, durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A proposta foi entregue ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e está em estudo.

Raquel Lyra, governadora de Pernambuco destacou o destacou a importância da Caatinga para o cumprimento das metas brasileiras de preservação.

“Sem dúvidas, o Brasil é parte da solução do problema climático no mundo, e queremos que o Brasil veja a Caatinga como parte da solução no Brasil”, afirmou Raquel.

Caatinga

A Caatinga é o bioma exclusivamente brasileiro, presente em todos os estados do Nordeste e no norte de Minas Gerais.

Nele moram 27 milhões de pessoas e sua área ocupa cerca de 10% do território do país. Na Bahia, a Caatinga ocupa 85% do território.

“Reconhecemos a importância de todos os biomas, não queremos competir ou inviabilzar outras ações, mas o Fundo da Caatinga precisa ser pensado como mais uma ação do Brasil em seu compromisso com a questão ambiental, inclusive por conta da sua importância no processo de transição energética”, resaltou Jerônimo.

De acordo com o governo da Bahia, 90% da energia eólica e a grande maioria dos parques de energia solar instalados do país estão na Caatinga.

Como contrapartida a essa contribuição, os governadores pedem que o governo federal aprove a criação do fundo que vai garantir as condições naturais do bioma, que passa por graves ameaças, com pontos de desertificação que preocupam especialistas.

“Se engana quem pensa que a caatinga é um lugar seco e sem vida. Apesar da aridez, a vegetação tem como característica raízes profundas que seguram o carbono, contribuindo para a redução do aquecimento global. Precisamos de mecanismos que permitam preservá-la”, pontuou o governador da Bahia.

O estado promove ações de preservação do bioma e, em agosto de 2016, instituiu a Política Estadual de Convivência com o Semiárido, instrumento intersetorial que dá sustentação jurídica a programas governamentais e ações da sociedade civil.


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