O estado da Bahia figura como um dos principais produtores de frango das regiões Norte e Nordeste e ocupa a oitava posição no ranking nacional. No Oeste baiano, uma empresa está expandindo a produção e deve alojar cerca de 5 milhões de frangos até o final do ano.
Depois de dois anos difíceis com a pandemia de Covid-19 e o aumento dos custos de produção, o cenário para o setor de aves em 2024 é otimista no estado.
Com isso, o investimento na ampliação da produção será maior. Para Eduardo Carneiro Mota, diretor da Mauricéa Alimentos, os anos anteriores foram desafiadores.
“O mercado de 2021 e 2022 foi um mercado que judiou do setor, pandemia, grãos muito caros. A gente reduziu cerca de 30% da produção nesses dois anos. Agora em 2024, a gente está bastante animado, grãos em queda, o preço de frango conseguindo se manter em um patamar bastante interessante e a ideia é que esse ano a gente consiga iniciar o segundo turno de abate. Dessa forma, a gente vai passar de 70 mil frangos para mais ou menos uns 120 mil frangos dia, isso só em abatedouro próprio”, explica Eduardo Carneiro.
De acordo com Eduardo, além da Bahia, a empresa possui um complexo parecido em Pernambuco, com granja, fábrica de ração e abatedouro.
“Hoje, em Pernambuco, a gente está abatendo 100 mil frangos por dia, embora lá já acontecem em dois turnos. Além do frango, a gente tem ovos comerciais, que hoje estão na capacidade de 500 mil ovos por dia.”, explica.
Expansão
Pensando em expandir a produção, a empresa administrada por Eduardo vai inaugurar até o fim do ano 8 núcleos, com 6 galpões como de 160 metros de comprimento e capacidade de alojar 34 mil frangos.
A expansão da granja na Bahia, conta com 48 galpões, com capacidade de alojar aproximadamente 1 milhão e 600 mil frangos.
Doze devem entrar em funcionamento no início do segundo semestre. No total, o complexo com 178 galpões, vai alojar cerca de 5 milhões e 300 mil frangos.
Atualmente, o complexo na Bahia emprega 1.500 pessoas e com o aumento de um segundo turno de abate. De acordo com a empresa, serão criadas entre 300 a 400 vagas de trabalho.
Avicultura na Bahia
A grande maioria das agroindústrias do setor estão no recôncavo baiano, a aproximadamente, 130 km da capital, Salvador.
De acordo com a Associação Baiana de Avicultura (Aba), o setor é responsável por 15 mil empregos diretos no estado.
Um levantamento da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), divulgado em janeiro, mostrou que nos últimos 10 anos, a avicultura baiana cresceu 31% em comparação com a média nacional, que foi de 18%.
Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais recente, a Bahia possui o oitavo maior efetivo de galináceos do Brasil, com mais de 49.658.064 milhões de cabeças.
De acordo com Kesley Jordana, presidente da Associação Baiana de Avicultura (Aba), apesar da oitava colocação no ranking nacional, a avicultura cresceu no estado.
Um dos motivos, segundo ela, é o fortalecimento dos órgãos de fiscalização governamentais que atestam a qualidade do produto.
“Uma das explicações que eu posso dar para esse crescimento da avicultura é justamente a segurança que os órgãos governamentais estão trazendo para o produto, então, Adab, Mapa, eles estão cada vez mais nos acompanhando e, no caso, fiscalizando o produto de qualidade que nós estamos entregando. No ano de 2007, nós tínhamos aqui no estado da Bahia, apenas três frigoríficos. Nós estamos falando hoje de 12 frigoríficos em pleno funcionamento. então”, explica a presidente da Aba.
De acordo com as pesquisas trimestrais do IBGE, em 2023, 128.595.481 frangos foram abatidos no estado.
O número é cerca de 7% menor, do que o recorde em 2022, que foi de 138.563.619 milhões.
Por outro lado, houve recorde na produção de ovos com 82 milhões e 404 mil dúzias, maior quantitativo em 22 anos.
Desafios
Entre os desafios do setor, o maior atualmente é a falta de mão de obra qualificada. Kesley Jordana, conta que a agricultura familiar agrega ao setor, mas que ainda precisa de apoio para qualificação.
Para o empresário, Eduardo Carneiro, esse tem sido a maior deficiência do setor: “Esse tem sido o maior calo da indústria avícola como um todo, se não for como uma indústria nacional como um todo, mão de obra”, relata.
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