VIDA NO CERRADO

Nascimento de lobos-guará reafirma sucesso de programa de reintrodução

Filhotes reafirmam sucesso do programa de reintrodução de lobos-guará em vida livre no Oeste baiano

nascimento de três filhotes de lobo-guará no Cerrado do Oeste baiano foi comemorado por biólogos, instituições de conservação do meio ambiente e parceiros. A reprodução foi possível após a iniciativa de reintrodução e soltura dos lobos-guará, Caliandra e José Bonifácio, em vida livre conduzida pelo Parque Vida Cerrado
Foto: Divulgação/Parque Vida Cerrado

O nascimento de três filhotes de lobo-guará no Cerrado do Oeste baiano foi comemorado por biólogos, instituições de conservação do meio ambiente e parceiros. A reprodução foi possível após a iniciativa de reintrodução e soltura dos lobos-guará, Caliandra e José Bonifácio, em vida livre.

A ação foi conduzida pelo Parque Vida Cerrado, com o apoio técnico do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)/Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP).

A iniciativa também teve a parceria das empresas Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro, Condomínio Agrícola Santa Carmem e Galvani Fertilizantes. O acontecimento, que de acordo com os biólogos, é um marco para a espécie, reafirma o sucesso do programa e o compromisso com a sustentabilidade.

Nascidos em área livre, os três filhotes devem permanecer na natureza, sem a interferência da equipe do projeto, sendo assistidos apenas pelos pais, que são os responsáveis pelo cuidado, alimentação e ensinamentos para sobrevivência no habitat nos primeiros seis meses de vida – período no qual o macho e a fêmea permanecem juntos.

nascimento de três filhotes de lobo-guará no Cerrado do Oeste baiano foi comemorado por biólogos, instituições de conservação do meio ambiente e parceiros. A reprodução foi possível após a iniciativa de reintrodução e soltura dos lobos-guará, Caliandra e José Bonifácio, em vida livre conduzida pelo Parque Vida Cerrado
Filhotes foram flagrados por câmeras de monitoramento | Foto: Reprodução/Parque Vida Cerrado

Depois dessa fase, o macho começa a se afastar e os filhotes ficam próximos da fêmea até alcançarem um ano de vida, quando se inicia o período de dispersão. Até o mês de setembro, conforme monitoramento, os filhotes estavam circulando com os pais nas áreas monitoradas.

Para a bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado, Gabrielle Bes da Rosa, o nascimento dos filhotes é motivo de comemoração e reflexo do esforço coletivo de empresas, produtores rurais e instituições na conservação do Cerrado – a savana mais rica em biodiversidade do mundo, que é berço das águas.

“Juntamente com diversos parceiros, em especial o agronegócio, que demonstra o seu compromisso com a produção sustentável, conservamos um hotspot tão importante. Além disso, a iniciativa é de extrema relevância para a espécie, que é símbolo do bioma e essencial para a manutenção dos ecossistemas naturais e do equilíbrio ambiental”, conta.

De acordo com o projeto, essa ação vai resultar na geração de um protocolo que poderá ser replicado em diferentes áreas do território nacional”, ressalta a profissional, lembrando ainda que o Parque Vida Cerrado integra o Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação de Canídeos Silvestres, coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio).

Os protagonistas

Resgatada ainda filhote pelo Inema em 2020, Caliandra permaneceu durante dois anos sob treinamento e, em maio de 2022, o recinto de treinamento foi aberto e manteve a oferta de água e alimento enquanto os animais necessitaram na área de Cerrado das fazendas parceiras.

Em vida livre, os animais resgatados pelos biólogos são monitorados por GPS e monitores cardíacos, além de serem capturados em diferentes oportunidades para a realização de leitura dos dados e avaliação física e clínica.

Em fevereiro, no período reprodutivo da espécie, a equipe técnica do projeto identificou por meio do GPS, o compartilhamento da mesma área de vida, indicando um possível pareamento entre Caliandra e José Bonifácio, um macho de vida livre que passou a ser monitorado por meio do Projeto “Investigando o Cerrrado”, em parceria com a ADM do Brasil.

A equipe acompanha com expectativa o desenvolvimento da ninhada, uma vez que a espécie forma casal no período reprodutivo e se reproduz apenas uma vez por ano, podendo ter de um a cinco filhotes, com apenas um chegando à fase adulta, geralmente.

O projeto conta com o apoio e orientação técnica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP), Inema, Smithsonian Conservation Biology Institute, Pró-carnívoros e Projetos “Amigo do Lobo” e “Sou eu Pequi”.


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