AGRICULTURA FAMILIAR

Produção de pimenta vira fonte de renda de ex-vigilante na Bahia

Plantação que começou com 400 pés, tem hoje em média 2.500.

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Imagem: Maiara Luz/Canal Rural BA

A produção de pimenta é hoje o trabalho que o ex-vigilante, Ricardo Passos da Mata, encontrou para ser dono do próprio negócio rural. Em muitos lugares do Brasil, a agricultura familiar abre oportunidades para muitos trabalhadores se tornarem empreendedores rurais, dentre muitos segmentos existentes.

Elas são bem vermelhas, pequenas, de encher e arder os olhos. Os baldes cheios, são de pimentas malaguetas, que dão hoje o sustento da família do Ricardo, em Cristópolis, no Oeste da Bahia.

Ricardo conta que procurava uma maneira de trabalhar por conta própria, pesquisou e começou com 400 pés de pimenta. “Fui buscar clientes na feira e vi que estava dando resultando, abri mão do serviço de vigilante e hoje sou produtor de pimenta”, conta.

De acordo com o último Censo Agro (2017) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (IBGE), a Bahia é o oitavo estado produtor da especiaria e o terceiro do nordeste.

De fácil cultivo e produtiva o ano todo, o produtor já planeja plantar outros tipos de pimenta.

Em média vou ter 2.400, 2.500 pés de pimenta malagueta, mas vamos abrir espaço para outro tipo de pimenta. A rentabilidade é muito boa, aqui os pés de pimenta com 100 dias começam a produção, então, de 100 ele vai produzir 90 dias seguidos, depois ele tem uma pausa e com mais 60 dias ele volta a produzir.

Ricardo Passos da Mata, produtor rural
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Imagem: Maiara Luz/Canal Rural BA

Na plantação do Ricardo, as pimentas são colhidas conforme a demanda dos clientes, com o talo para vender fresca na feira e sem esse talo para desidratar e armazenar o produto.

O manejo é simples, com foco principalmente na irrigação diária, o que pode ser desafiador em períodos de estiagem.

A adubação é orgânica e com isso, a incidência de pragas é baixa. A Dinair Oliveira, trabalha na colheita e gosta da especiaria. “Eu gosto! Ele (Ricardo) tem uma conserva que é muito boa, que ele mesmo que faz. É muito bom com feijão, arroz, carne!”, conta. 

No entanto, para o proprietário da plantação, degustar a pimenta não é com ele. “Comer, não! Não cheguei a esse ponto, só sou produtor”, brinca Ricardo.

Custos e venda da pimenta

Ainda assim, o custo da mão de obra continua sendo o maior desafio da produção da especiaria. Em termos de preço, os clientes sempre recebem um pequeno desconto na feira, incentivando a compra de uma das pimentas mais consumidas no país.

De acordo com o agricultor, o custo com mão de obra chega a 40%, já que a cultura exige um trabalho manual.

“De um em uma para dar um litro, é bem complicado. Geralmente eu trabalho com a pimenta desidratada a 30 reais o litro, e acima de seis litros, a gente consegue fazer a R$ 25 para fortalecer o feirante, né? Ela fresca ou verde a gente vende a R$ 13 o litro.”, explica.


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