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Bahia

Produtores rurais se adaptam ao ESG para fortalecer negócios

Na avaliação de especialistas, o setor do agronegócio deve adotar estratégias e modelos de negócios alinhados à agenda ESG

É bem capaz que você já tenha ouvido falar de ESG por aí. O conceito de governança ambiental, social e corporativa — em inglês: environmental, social and corporate governance — vem ganhando espaço nas discussões de investidores que buscam ativos sustentáveis e responsáveis.

A ideia, que parece distante, já é uma realidade na visão de muitos especialistas.

Segundo eles, todo o setor do agro deve se adaptar à agenda, que aponta para a necessidade da adoção de estratégias e modelos de negócios alinhados a pautas em defesa da preservação ambiental, dentre outros aspectos.

De acordo com a especialista e PhD no tema Letícia Martinez, os critérios ESG proporcionam um pouco mais de segurança para os investidores e para o mercado em geral.

“Tanto o produtor rural, que é um fornecedor de alimentos para a indústria processadora, quanto essa indústria, têm se preocupado em mostrar para a sociedade como estão se saindo dentro dos critérios. Assim deve ser também para as lojas, os supermercados e para toda a cadeia”, afirma.

A produção agrícola brasileira deve crescer mais de 20% até 2030, segundo projeções do Ministério da Agricultura, o que deve consolidar o Brasil em um lugar de liderança na produção mundial e também na exportação de commodities.

Para que isso ocorra, segundo os especialistas, a adequação do setor às diretrizes a serem seguidas nos critérios ambiental, social e de governança representarão uma mudança de paradigmas nos processos e nas relações das empresas e serão determinantes.

Governança  

Em Luís Eduardo Magalhães, centro do agronegócio baiano, grande parte dos agricultores e donos de empreendimentos agrícolas já estão incluindo no planejamento e na gestão a adoção de temas importantes da agenda ESG, especialmente a governança. O produtor Tiago Hendges é um deles.

“Temos hoje a certificação do nosso algodão pelo ABR, o Algodão Brasileiro Responsável, e temos também o BCI, que é a certificação internacional do algodão. Acho que isso é uma aplicação prática dessa agenda e nos ajuda a ter algumas vantagens comerciais na venda do nosso produto”, diz Tiago.

Os benefícios observados por ele, que incluem também a melhoria da gestão da fazenda, são só os primeiros. É o que afirma o consultor em gestão para o agro, Paulo Sarracini. Ele acredita que o produtor deve ver a questão como uma oportunidade.

“A maior vantagem que nós temos é podermos nos credenciar a participar desse mercado. Se o produtor não se adaptar e não se preparar, pode ficar de fora e não aproveitar as oportunidades que estão vindo por aí”, diz.

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