Os três milhões de hectares produtivos do Oeste da Bahia sofrem uma grande ameaça com a ocorrências das queimadas que acontecem todos os anos. Os focos de incêndio, que tem início quase sempre de forma criminosa, unem produtores, empresas e diversos elos do setor em uma mobilização geral para enfrentamento do problema, que atinge 16 cidades da Bahia neste começo de outubro, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros.
Diretor de uma empresa voltada para a produção de insumos biológicos e manejo integrado, José Claúdio de Oliveira conta que o fogo destrói um trabalho de 20 anos quando atinge uma área de palhada, onde é realizado o plantio direto.
“O fogo faz uma faxina biológica, matando os microorganismos que estão nas camadas superficiais do solo e deixando um grande prejuízo”
José Cláudio de Oliveira, empresário
O impacto à condição geral do solo e consequentemente à produtividade da região é apenas um dos prejuízos causados pelas queimadas. A perda das áreas de reserva é outro grande aspecto observado pelo setor, como aconteceu na Fazenda Zuttion, localizada no distrito de Roda Velha, em São Desidério.
“Em anos anteriores, o fogo atingiu nossas áreas de milho e milheto. E para conter é muito complicado nesta época”, conta a produtora Carolina Zuttion.
Por lá, uma força-tarefa humana foi colocada em prática para conter o avanço das chamas, porém, os produtores rurais também contribuem de outras formas para esse combate.
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Ações de combate
Responsável pelo controle do fogo pela terra e pelo ar, o Corpo de Bombeiros da Bahia recebe o auxílio de aeronaves do modelo AirTractor, que pertencem a uma empresa do segmento agrícola e que muitas vezes são utilizadas para a pulverização aérea.
Atualmente, 8 aeronaves estão auxiliando o trabalho na região oeste: quatro em Barreiras, duas no município de Morpará e duas em Ibotirama.
Segundo o Major Antônio Ribeiro, os aviões são essenciais para complementar o trabalho do contingente, pois fornecem um campo de visão mais amplo e ajudam a identificar o local exato do foco das chamas.
“Essa aeronave pode carregar até 2 mil litros de água, lançando nos locais em que estão havendo as chamas. Os bombeiros vão lá apenas pra finalizar o combate”, conta Ribeiro.
Além dos bombeiros, profissionais capacitados por programas como o Soja Plus, da Associação de Agricultores e Irrigantes do estado, a Aiba, também entram em campo para tentar garantir a segurança das propriedades agrícolas. Segundo a instituição, em 2022, dezoito pilotos foram capacitados para atuarem no combate aéreo de incêndios em florestas.
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