DESCOBERTA

Sítio arqueológico indígena é encontrado em plantio de mandioca

De acordo com Iphan, peças foram datadas como pré-coloniais e pelas características decorativas pertencem ao grupo étnico Tupy

Segundo Iphan, sítio arqueológico indígena de habitação Tupy foi encontrado em um terreno no para plantio de mandioca em Barra do Mendes (BA)
Foto: Rimara Motta

Um sítio arqueológico indígena de habitação Tupy foi encontrado por um agricultor durante preparo da terra para plantio de mandioca em um terreno no povoado de Spínola, a 20 km do centro de Barra do Mendes, cidade do noroeste da Bahia, a 534 km de distância da capital Salvador.

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no local, foram encontrados vestígios de cerâmica, ferramentas de pedra (material lítico) e adornos de pedra jaspe verde bruta.

As peças foram datadas como pré-coloniais e pelas características decorativas pertencem ao grupo étnico Tupy.  

Segundo o Iphan, o dono do terreno contou que ao passar o trado mecânico para preparar a terra para o plantio de mandioca, pedaços de cerâmica começaram a surgir. 

O achado foi constatado por arqueólogos da instituição, durante ações da última etapa da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), em julho deste ano, encabeçada pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) em conjunto com mais de 40 órgãos públicos, na região da Bacia dos rios Verde-Jacaré, em Irecê.

Descoberta importante

Para a arqueóloga do Iphan que participou da ação, Rimara Motta, a descoberta é de extrema importância:

“Já existia notícias de grupos indígenas nessa região por pinturas rupestres, mas o problema é que pinturas não podem ser datadas. Com o achado desse sítio, isso poderá ser especificado.” 

Rimara Motta, arqueóloga do Iphan
Sítio arqueológico indígena de habitação Tupy foi encontrado em um terreno no para plantio de mandioca em Barra do Mendes (BA)
Foto: Rimara Motta

Para o instituto, este é um indício relevante de que os Tupy, também estiveram no interior do estado, já que os grupos habitavam tradicionalmente o litoral.

O Iphan também informou que parte do material foi coletado e encaminhado para a sede em Salvador para análise conceitual e destaca que todo material arqueológico é bem da União, como prevê o artigo 20 da Constituição Federal, e deve ser preservado e conservado pela tutela do Iphan, mas a propriedade onde o material foi encontrado continua sendo privada.

Futuramente serão prospectadas pesquisas no local para que as informações sejam precisadas e mais vestígios possam ser encontrados.

O sítio já foi cadastrado no SICG (Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão) e está oficialmente reconhecido como “Sítio Arqueológico Tupy Spínola”. 


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