Levantamento inédito realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) prevê que a implementação da bioeconomia no Brasil pode proporcionar um faturamento industrial anual de US$ 284 bilhões até 2050. Para isso, segundo o estudo, o país precisa executar as ações previstas em três frentes: manter as atuais políticas para mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE), consolidar a biomassa como principal matriz energética em setores importantes da economia e intensificar o uso de tecnologias biorrenováveis.
Entre as principais contribuições do estudo está o levantamento de soluções que impactam o aumento da produtividade da agricultura, possibilitam a liberação de áreas que podem ser reaproveitadas por culturas energéticas e reduzem as emissões de gases de efeito estufa durante o processo produtivo.
O levantamento se concentrou em processos de bio inovações das indústrias existentes e que estão em fase de desenvolvimento, e a partir delas os pesquisadores conseguiram estimar valores de investimentos e de receita.
Um dos processos avaliados está soluções para soluções para confinamento de gado, fixação de carbono no solo, novas variedades de vegetais de alto rendimento por hectare, fixação biológica de nitrogênio (FBN) e controle biológico. Todas elas são capazes de otimizar o uso do solo e produção de biomassa com baixa emissão de carbono, iniciativas essas que utilizam recursos renováveis da floresta.
Bioeconomia pode reduzir emissão de carbono
Com o avanço da bioeconomia, no cenário o estudo pontuou que as emissões de carbono podem ser reduzidas em cerca de 550 milhões de toneladas, especialmente em decorrência do crescimento de biocombustíveis, bioquímicos e outros produtos de origem biológica no Brasil. Principalmente no quesito de transição energética e o uso de biomassa como principal fonte de energia para a implementação de tecnologias de baixo carbono.
O estudo “Potencial do impacto da bioeconomia para a descarbonização do Brasil” foi desenvolvido a partir de uma parceria da Embrapa Agroenergia com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR/CNPEM), Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai/CETIQT) e Laboratório Cenergia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Cenergia/UFRJ).
O documento avalia distintas trajetórias para o Brasil até o ano de 2050, a partir das quais propõe três cenários potenciais da bioeconomia no contexto de transição energética no Brasil, sendo o último considerado ponto fundamental do documento, com a adoção mais intensificada da bioeconomia.
“O estudo é resultado de um amplo esforço conjunto de organizações que são referências em pesquisa e bioinovação no Brasil. Nele, evidenciamos as oportunidades ambientais, econômicas e sociais oriundas do desenvolvimento da bioeconomia avançada no Brasil. Esperamos que o resultado sirva de base para agentes públicos e privados pautarem as políticas de economia verde em nosso País”, comenta o presidente executivo da ABBI, Thiago Falda.
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