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Brasília

Campo de leguminosas pulses da AgroBrasília expõe potenciais produtivos e de mercado dessas culturas

Enfoque da novidade está também no cultivo com biológicos. Pulses podem ser boas alternativas para a safrinha da região, por exemplo

Com a finalidade de demonstrar os potenciais produtivos e de mercado das leguminosas pulses, a AgroBrasília traz como novidade para a edição de 2023 um campo dessas culturas. São 44 cultivares numa área de 7 mil m2, no Parque Ivaldo Cenci, plantadas com sementes fornecidas pela Embrapa Hortaliças. Na lavoura, feijões comuns e especiais, grão-de-bico, lentilha, ervilha, gergelim, amendoim, milhos de alto valor proteico, além de um mix de plantas de cobertura.

As leguminosas pulses são caracterizadas como secas, de alto valor proteico e uso diversificado. Há um total de 12 culturas que compõem esse grupo de leguminosas, como feijões, ervilhas, lentilha e grão-de-bico. O termo vem do latim puls, que significa, literalmente, sopa grossa – isso porque, quando cozidos, esses grãos produzem um caldo espesso.

Essas leguminosas têm sido apontadas como opções para o cultivo irrigado de inverno, para a safrinha sequeiro, com menor custo de produção, para o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). São lavouras ainda desconhecidas, mas com grande potencial de mercado, comenta o presidente da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), que realiza a AgroBrasília, José Guilherme Brenner.

“São alternativas principalmente para a safrinha, a fim de tirar o produtor do binômio soja-milho, principalmente se as condições climáticas forem adversas ou se pragas atacarem as lavouras. É um caminho para o produtor ter diversificação e segurança de renda”, acrescenta. Brenner adianta ainda que a Feira vai dar enfoque ao cultivo dessas culturas com biológicos.

Um dos desafios à expansão dessas culturas no país relaciona-se ao desconhecimento do produtor sobre a potencialidade desses grãos, seja para venda no mercado interno, para exportação, ou ainda para novas formas de aplicação, é o que observa o chefe Geral da Embrapa Hortaliças, Warley Marcos Nascimento. “As alternativas de uso e consumo, por exemplo, incluem a fabricação de farinhas usadas para fazer macarrão, pão, pizza, entre outros, e a produção de alimentos proteicos para substituir a carne, como hambúrgueres, nuggets e salsichas”, detalha.

AgroBrasília 2023 será de 23 a 27 de maio 

Mercado

O mercado interno é um campo a ser mirado pelos agricultores brasileiros, tendo em vista ser grande o volume de importação. Em 2021, no período de janeiro a outubro, foram importadas 27,9 mil toneladas – US$ 12,5 milhões – de ervilha, da Argentina e Canadá; 12,1 mil toneladas – US$ 9,9 milhões – de lentilha, do Canadá; e 9,5 mil toneladas – US$ 7,3 milhões – de grão-de-bico, da Argentina e México.

Outros obstáculos, de acordo com Warley Marcos Nascimento, têm relação com o fato de serem culturas não tradicionais e pouco conhecidas pela população; com a carência de informações técnicas e disponibilidade baixa de cultivares, e com o preço ainda alto para o consumidor.

Os projetos da Embrapa Hortaliças são voltados ao melhoramento genético de pulses para o agronegócio do Brasil; avaliação e identificação de variedades de grão-de-bico com maior tolerância ao déficit hídrico para potencial de utilização no agronegócio do Distrito Federal e Entorno; desenvolvimento de insumos proteicos vegetais a partir de pulses para substituição de proteína animal em alimentos (CTAA); documentação e seleção de germoplasma de ervilha, grão-de-bico e lentilha para diversificar a matriz de produção desses grãos no Cerrado brasileiro (CNPA), entre outros objetivos.

Serviço

Feira AgroBrasília

  • Data e horário: 23 a 27 de maio, das 8 às 18 horas
  • Onde: Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF, no Km 05 da BR-251, sentido
    Brasília-DF/Unaí-MG

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