De olho no próximo Plano Safra, representantes da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) estiveram na quarta-feira (8) no Ministério da Agricultura e da Pecuária (Mapa), a convite da Secretaria Nacional de Política Agrícola, para apresentar propostas para o projeto 2023-24.
Segundo a entidade, o déficit de armazenagem de grãos no Brasil, neste ano, será de 115 milhões de toneladas. E essa defasagem estaria em crescimento, em média, de cinco milhões de toneladas por ano, em razão do aumento da produção brasileira.
De acordo com dados do último levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de grãos na safra 2022/23 no país está estimada em 309,89 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume representa um incremento de 39,3 milhões de toneladas a mais a serem colhidas do que na temporada passada.
“É possível que a gente veja produtos sendo armazenados a céu aberto” — Paulo Bertolini
“Pela primeira vez na história, não teremos armazéns suficientes nem para a primeira safra”, alerta o presidente da Câmara Setorial de Armazenagem de Grãos da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Paulo Bertolini. “É possível que a gente veja produtos sendo armazenados a céu aberto por falta de armazenagem”, complementa o executivo.
Plano Safra 2023/2024
Para acompanhar o crescimento da safra, a Abimaq sugeriu ao ministério, para o próximo plano, um montante de 15 bilhões em armazenagem, por meio do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). Na avaliação de Bertolini, o valor seria suficiente para aumentar a capacidade de armazenagem em 10 milhões de toneladas.
O Plano Safra 22/23 ofertou R$ 5,13 bilhões, recursos esses já esgotados, segundo a Abimaq. De acordo com o site do Mapa, há R$ 3,7 bilhões disponíveis para as linhas do programa. Porém, os dados são de 14 de setembro do ano passado.
“Basicamente, a nossa proposta é vincular o PCA para armazenagem em áreas de produção, ou seja, nas fazendas — vocacionar o PCA para isso, com financiamentos de até 10 anos, com juros fixos, essa previsibilidade é muito importante para o produtor”, disse Bertolini.
Complemento para a safra 2022/2023
A associação também solicitou um incremento de R$ 1,5 bilhões, por mês — e isso no plano vigente, que vai até junho e não conta mais com orçamento disponível para novas contratações. “Esse é o melhor momento para se investir em armazenagem, logo após a safra, para dar tempo da estrutura estar pronta para a safra seguinte. O tempo de maturação é muito grande, então, quanto antes o produtor tiver o recurso em mãos, melhor”, justifica, por fim, o presidente da Abimaq.
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