Nesta terça-feira (4), em Brasília, a Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja) e a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) divulgaram informações sobre as expectativas de custos de produção e rentabilidade para a safra 2023/2024. O cenário apresentado é alarmante.
Com o lançamento do novo Plano Safra, os produtores já estão começando o planejamento para o novo ciclo.
No entanto, os preços da soja e do milho têm gerado preocupações, mesmo com os recursos disponíveis.
Embora os fertilizantes tenham apresentado uma queda nos últimos meses, os demais elementos que compõem os custos de produção não registraram redução.
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“O momento agora é de cautela”, afirma o pesquisador Mauro Osaki, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Segundo Osaki, os produtores estão enfrentando uma fase árdua para o planejamento, buscando “as melhores tecnologias, as melhores opções que eles consigam manter o mesmo padrão tecnológico reduzindo seus custos”.
O pesquisador destaca a importância de inserir novas tecnologias com investimento mínimo possível, visando superar a turbulência.
Além disso, os produtores estão considerando estratégias como o armazenamento dos produtos, para vendê-los “no momento em que existe uma demanda maior”.
Armazenagem
A escassez de locais para armazenamento de grãos também é um grande desafio enfrentado pelos produtores.
Segundo o presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos da Abimaq, Paulo Bertolini, o Brasil registra um déficit anual de 5 milhões de toneladas em capacidade de armazenagem.
Bertolini destaca a necessidade de soluções, como linhas de crédito, para suprir essa demanda de armazenagem.
Ele ressalta a importância de uma linha de crédito mais robusta e suficiente para atender às necessidades do país.
Além disso, enfatiza a necessidade de que os investimentos sejam feitos prioritariamente dentro das propriedades, onde a logística é mais adequada.
Bertolini afirma que os produtores estão cientes da importância de construir estruturas de armazenamento, mas ressalta a necessidade de linhas de crédito mais adequadas e de disponibilidade financeira no momento do investimento.
Ele destaca que os investimentos em infraestrutura são de longo prazo e não podem ser realizados rapidamente, portanto, qualquer solução implementada exigirá tempo.
Momento não é de investimentos
O pesquisador do Cepea ressalta que, devido aos preços baixos das commodities, as condições para realizar novos investimentos são desfavoráveis.
Ele destaca a necessidade dos produtores aprimorarem suas estratégias de posicionamento de preços, a fim de garantir margens e cumprir compromissos de longo prazo.
De acordo com o pesquisador, a safra 2023/2024 apresentará desafios adicionais. “Nossa análise revela outros resultados relacionados às consequências da queda dos preços da soja e do milho, como um sinal de alerta em relação à produtividade da soja para cobrir os custos operacionais efetivos e totais da safra 23/24, além de prejuízos na produção do milho segunda safra para a temporada 22/23”.
