Produtores de pescado do DF e Entorno se reuniram nesta semana para discutir o panorama e desafios da cadeia produtiva da aquicultura na região e propor soluções para o seu desenvolvimento sustentável. O evento é promovido pela Emater-DF e contou com a presença de cerca de 60 pessoas, entre produtores, extensionistas e representantes de empresas privadas.
O 16º Encontro de Piscicultores do DF e Entorno retoma as discussões, interrompidas com a pandemia, sobre a cadeia produtiva da aquicultura na região, define as dificuldades e os encaminhamentos para servirem de subsídios para a Câmara Setorial trabalhar junto ao governo e iniciativa privada no desenvolvimento sustentável do setor. Durante a abertura do evento, a diretora-executiva da Emater-DF, Loiselene Trindade, destacou que o encontro de piscicultores é uma oportunidade de discutir a cadeia produtiva, mas também é um momento de integração de todos os atores.
“Muito tem de ser discutido numa Câmara Setorial, que é o elo entre o mercado, o governo e o poder legislativo. Mas é preciso que o produtor se una e discuta as demandas para o setor. O encontro é o fórum adequado debater a tecnologia, as políticas públicas e o fomento da cadeia”, ressaltou Loiselene Trindade. “A comercialização é aquilo que buscamos numa boa cadeia produtiva. A gente quer comercializar, dinheiro tem que girar nessa cadeia. O produtor produz para gerar renda e emprego e a tecnologia é um dos instrumentos da produção, levada pela assistência técnica”, completou.
O dispositivo de abertura também contou com a presença do presidente da Ceasa, Petronah de Castro e Silva, do deputado distrital Roosevelt Vilela, do gerente de Tecnologia Agropecuária da Secretaria de Agricultura do DF (Seagri), ngelo Augusto Costa, e do representante dos piscicultores, Guilherme Gonçalves Pereira.
Demandas e soluções
O coordenador de Aquicultura da Emater-DF, Adalmyr Borges, informou que no DF há cerca de 600 produtores de pescado, sendo 60 desse total que produzem em escala comercial. Em 2021, foram produzidas duas mil toneladas de peixe, sendo 95% apenas de tilápia, que representam 1850 toneladas. “Este encontro reuniu os produtores que trabalham em nível comercial, que definiram os desafios para incrementar a produção e encaminhar as demandas do setor para a Câmara Setorial da Piscicultura do DF. A partir desse levantamento, a Câmara vai trabalhar junto aos demais órgãos, como governo e empresas privadas, para o desenvolvimento sustentável da aquicultura no DF”, salientou.
O produtor rural do Paranoá, Leonardo Maciel Guimarães, iniciou a produção de tilápia há 15 anos e relatou que o início foi difícil, no entanto, após vencer os desafios da cadeia produtiva, atualmente já domina o mercado, onde está totalmente inserido. “A área de vendas é instável, a alimentação e a qualidade de alevinos são os principais gargalos, com destaque para o ponto final que é a venda. Produzimos 40 toneladas de tilápia por ano e tudo que produzimos é escoado e, muitas vezes, não conseguimos atender toda a demanda do mercado, sendo necessário comprar de outros fornecedores”, disse. Sobre o evento, Leonardo destacou que foi uma oportunidade de reunir muitos produtores, fechar algumas pautas que ficaram pendentes no último encontro em 2019, trocar experiências, tirar dúvidas sobre o manejo e a nutrição. “Retomamos o fôlego para seguir em frente e crescer a piscicultura da região”, falou.
“O evento como um todo foi muito positivo, pudemos compartilhar nossas experiências durante as palestras e plenárias, o que agrega muito. Além disso, temos agora condições de formalizar um documento que poderá gerar políticas públicas que irão promover a nossa cadeia”, observou o produtor Guilherme Gonçalves Pereira. O piscicultor produz 130 toneladas de tilápia, por ano, na sua propriedade de 70 hectares no Gama. Guilherme também ministrou uma palestra sobre o panorama da piscicultura no DF.